segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

18 coisas favoritas



- Mário Rui Pinto [ed.]: Os Cangaceiros (Barricada de Livros; 2017)
- Ian Svenonius : The Psychic Soviet (Drag City; 2006)
- Mário Moura : O design que o design não vê (Orfeu Negro)
- Abbas Kiarostami : Close-up (1990)
- David Byrne (11/7, Hipódromo Manuel Possolo, Cascais)
- Luis Buñuel : O meu último suspiro (Fenda; 2006 - orig. 1982)
- Alfred Kubin : O Império do Sonho (Vega; 1986 - orig. Die Andere Seite; 1908)
- Ruppert & Mulot : O Reino (Douda Correria)
- Kode9 + The SpaceApe: Black Sun (Hyperdub; 2011)
- David Mazzucchelli : Asterios Polyp (Pantheon; 2009)
- Romeo Castellucci : Democracy in America (25/2, Teatro São Luiz)
- Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippo : The Lobster (2015)
- Exotic Esotérique, vol. 2 (Arte Tetra; 2017)
- Henfil : Diário de um Cucaracha (2ª edição, Record; 1983 - orig. 1976)
- Ho99o9 : United States of Horror (Toys Have Powers; 2017)
- Roberto Arlt : Escritor Fracassado e outros contos (Snob) 
- Apolo Cacho : El taco psicotrópico (AIA)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Senhores du Guerra!



Saiu a k7 Dor de Costuleta Deluxe !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Todos os anos a MMMNNNRRRG lança uma k7 de música provocadora, só par desenjoar dos livros! 
Este ano foi a edição de luxo do primeiro disco de Black Taiga com uma faixa extra com DJ Privilégio e remixes do tema Porcos de Guerra pela editora / colectivo Rotten / Fresh e o seu incrível "roster" de produtores electrónicos: Buhnnun, DJ Crime, Império Pacífico, Östrol e UNITEDSTATESOF.

limitada a 66 cópias, a ilustração supavaporwave é do André dos Madokas com design-de-caixa-supimpa pela So What Produções.

à venda aqui



Dor de Costuleta Deluxe
é uma co-edição MMMNNNRRRG + Rotten \\ Fresh e contem:

Lado A - Dor de Costuleta (2014) produzido por Walt Thisney
Anos do Leão
Vila Glútea (Tanzânia)
Porcos da Guerra
DJ Privilégio vs BT : Porcos de Guerra ODC (faixa extra)

Lado B - Remixes  Rotten \\ Fresh (2018)
Porcos da Guerra - Linha 3 / Buhnnun
Porcos de Guerra (Taiga Riddim) / DJ Crime
Porcos di Guerra IP Remix / Império Pacífico
Porcos do Guerra Polizei rmx / UNITEDSTATESOF
Porcos du Guerra Honeyglass remix / Oströl




Historial:

lançamento no dia 22/12/18 no Desterro

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

sábado, 24 de novembro de 2018

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

yin yang


Black Sun Deve ser o único disco da Hyperdub que adormeci a ouvi-lo. Soa a pouco escrever isso, porque é um disco muito mais maior grande, ehm... Em 2011 o Dubstep já estava tão gigante que ninguém queria ser rotulado por tal, para não se pensar que isto era música para ma$$a$. Só que esta malta estava noutra, na via correcta e Kode9 & The SpaceApe (que falecia três anos depois) lançam um álbum potente, cujo livrinho inclui até uma BD xunguita. São beats urbanos de quem bomba nos headphones armado em Ghost Dog: The Way of the Samurai (1999), black music para o mundo inteiro mal sabendo que os neo-nazis estariam seis anos depois aí a céu aberto, bass music de sensações de arrepio e conforto em simultâneo, dance music para o Clubbing de quinta-feira à noite, kosmische musik para quem até 'tá sóbrio, arena music para hooligans e mitras andarem ao soco com grandas canhões de ganza entre os dedos... É raro haver álbuns "completos", com amplitude para tanta coisa, este é um deles.
Gracias Megastore by Largo!


Dois anos antes, saia um disco de Tricky com os South Rakkas Crew pela Domino, assim bem bom... O Tricky passa a vida a dar as voltas, quando está em editoras grandes faz discos lixados de ouvir no mainstream, quando está em indies faz discos acessíveis e que são delícia de pista de dança mais festiva ou mais má onda, conforme os shots baratos consumidos. Todo ele é um álbum Ragga & Grime com batidas que vão ao dito Dubstep como aos tribalismos de guerra e Dancehall. Sendo um disco de participações com outros artistas lembra o Juxtapose (1999) que tinha DJ Muggs e Grease. Voltando a ouvir o Tricky, estes discos aqui referidos e o Maxinquaye (1995) - a sua obra-prima - ele parece um pai para todo o catálogo Hyperdub e hype boys & girls da revista Wire, Yvan Tumor, Blunt and all that jazz... Tipo um Iggy Pop negro, que todos terão de venerar.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

CHILI vs AMADORA

7/11/18

Ex.mos. Dra Carla TavaresDr. José Marques e Dr. Nelson Dona:

A Associação Chili Com Carne vem por este meio apresentar uma reclamação pela forma como os seus autores foram maltratados nos pretensos Prémios Nacionais de BD deste ano. Sucederam-se as seguintes situações:
  1. Como é tradição em todos os eventos do Festival de BD da Amadora, o Júri dos ditos prémios é constituído por cinco elementos, sendo um deles o autor que tenha recebido o prémio principal – Melhor Álbum - do ano anterior. Este ano, o autor Francisco Sousa Lobo (vencedor de três prémios do ano passado: Melhor Álbum, Melhor Argumento e Melhor Álbum em Língua Estrangeira), deveria estar incluído no Júri. No entanto, foi afastado, substituído por outro autor (vencedor do Melhor Álbum de Humor), sem que Sousa Lobo tenha sido avisado do seu afastamento e substituição. Segundo o mesmo nos transmitiu: Na primeira reunião que tive com a Amadora disseram-me que eu seria parte integrante do júri. Que depois logo se veria a logística de me fazer chegar livros, etc. Perguntei ao Nelson Dona se sempre faria parte do júri, dias antes do festival começar, por email, e o Nelson não respondeu. Tinham mudado de ideias mas sem me avisar…
  2. O livro Lá fora com os Fofinhos / Outside with the cuties de Mariana Pita, co-editado por nós e pelo O Panda Gordo foi colocado nas nomeações de Melhor Fanzine com a seguinte designação: “Improvized Zine 1.5”, editado por Marcos Farrajota, Chili com Carne (in https://pt-pt.facebook.com/amadorabd, post de 2 Novembro, 19:51). Até hoje ainda não percebemos como foram buscar esta informação ao livro! Lá fora com os fofinhos é nitidamente um livro que compila BDs várias da autora impressas em fanzines e outros suportes, é um título da mesma colecção que o Festival já premiou no passado, a saber: Revisão: Bandas Desenhadas dos anos 70 (há 2 anos – Melhor Clássico) e Bruma (no ano passado – Melhor Desenho) de Amanda Baeza. Assim sendo, o Júri (ou quem faz a pré-selecção: uma caixa negra de informação sem acesso público) descrimina uma autora e o seu trabalho, impedindo que este pudesse concorrer com os outros livros e autores.
  3. O mesmo acontece com a revista Pentângulo #1, editado por nós e a escola Ar.Co., também colocado na nomeação de Melhor Fanzine, quando se trata de uma antologia profissionalmente editada com trabalhos de alunos, ex-alunos e professores desta instituição – entre eles: Francisco Sousa Lobo e Amanda Baeza que premiaram no ano passado. Outra vez podemos falar de descriminação aos participantes deste projecto.
  4. Na nomeação do Melhor Argumento não é referido Pato Bravo que é co-autor com Xavier Almeida do livro Santa Camarão. Um desleixo de quem não lê o que nomeia? Talvez mas o facto é que no Sábado de manhã, do dia 3 de Novembro, às 11h, veio ao nosso stand o sr. Hugo Valente perguntar para eu verificar erros nas nomeações – e cito de memória: para não acontecer como o ano passado em que a autora Amanda Baeza apareceu como “Amando” Baeza. Emendei os erros e chamei a atenção para nada…
  5. De forma desinteressada este ano oferecemos uma série de fanzines para que o Júri (ou a organização do Festival) tomasse conhecimento destas publicações amadoras de difícil acesso. Pelo que percebemos, foram completamente ignoradas e colocadas nas vitrines da exposição “Ano Editorial” sem que tenham podido ter apreciadas pelo Júri, mais uma vez discriminando novos autores e editores – os mesmo que se queixam que a BD Amadora não liga às novas gerações e tendências. Para contrariar esse pensamento oferecemos várias publicações mas de nada serviu…
Depois descobrimos de onde vinha o estranho título! Vem da legenda em inglês de o nome da BD "Zone ao Improvizo 1.5" (inédita) de Pita no livro Lá fora com os fofinhos

Que fique claro que estas reclamações não se devem ao facto de não termos ganho nenhum prémio deste ano. Só concorremos uma vez na nossa existência, em 1997, aos prémios da BD Amadora. O resultado desgostoso e injusto fez-nos ignorar os vossos prémios durante décadas. Até que em 2014 começaram-nos a premiar por sugestão do Júri. Nunca concorremos mas insistiram em dar-nos prémios, que pessoalmente nunca os fui levantar na vossa sessão de entrega. Agradecemos pelo eco que os prémios trazem a nível comercial e mediático. No entanto, não podemos permitir que nos usem de forma negativa como aconteceu este ano:

1 – segregando os autores, como o caso da Mariana Pita e dezenas de autores do Pentângulo. No primeiro caso, o mais grave, o seu livro nem foi descrito como deve ser,nem foi nomeado na categoria correcta, perdendo a oportunidade de concorrer com os outros autores e obras. No segundo caso também não nomeando em nenhuma categoria correcta - o que não impediu de colocar um trabalho de uma outra antologia (termo com que identificamos a Pentângulo #1) nos prémios e que acabou por vencer (Melhor Argumento);
2 - instrumentalizando os prémios por motivos de programação do ano seguinte. Esta acusação não será injusta porque nem o processo de selecção das obras nem do próprio Júri é transparente – como aconteceu com Francisco Sousa Lobo, que até hoje não obteve resposta quando perguntou quando iria votar. Que aconteça em iniciativas privadas pode ser infeliz. Grave é quando a origem provém de uma instituição pública que oferece “prémios nacionais”.

Lamentamos ter achado que nestes últimos quatro anos que a BD Amadora tivesse evoluído ao sabor dos novos tempos e tendências. Os resultados deste ano mostram que não. Isto será sempre discutível e podemos ser tomados de arrogantes com estas afirmações. Que seja. Até poderíamos respeitar que o Júri vote em anacronismos. O problema é vosso… Mas se insistem em atribuir prémios “nacionais” tendo no vosso Júri o próprio programador e director do festival, que não está isento dos seus próprios interesses de programação do ano seguinte, então tenham a dignidade de voltarem a chamarem os prémios de “Zé Pacóvio e Grilinho”, designação mais adequado a uma iniciativa municipal.

Queremos que
  1. O título do livro da Mariana Pita seja colocado de forma correcta nos vossos meios oficiais, advertindo que a Organização do Festival e o Júri erraram no título, nome da autoria, da edição e na nomeação de categoria;
  2. Pedido de desculpas público aos prejudicados: nomeadamente à autora Mariana Pita, ao autor Pato Bravo, aos autores participantes da Pentângulo #1 e aos editores Ar.Co., Chili Com Carne e O Panda Gordo;
  3. E que seja justificada publicamente o afastamento silencioso de Francisco Sousa Lobo, o vosso autor principal deste ano, tão premiado no ano passado e tão ignorado pela vossa organização.
E por falar nisso, já reclamamos ao Dr. Nelson Dona e algumas pessoas que integraram o Júri (o autor Álvaro e a jornalista Sílvia Silva) e Comissários da exposição “Ano Editorial” (Pedro Moura e Sílvia Silva) dos quais não nos chegou nenhuma resposta satisfatória. Da BD Amadora, houve silêncio total. Do Júri, uma resposta vaga de Sílvia Silva. Dos comissários, a concordância de Pedro Moura de que não faz sentido as nomeações que deram ao Melhor Fanzine, havendo outro material disponível. Não chega, Pedro Moura foi apenas comissário da exposição “Ano Editorial”. Por desespero restou-nos enviar esta carta e fazer estes pedidos razoáveis, dado aos erros que cometeram, à vossa falta de rigor e sobretudo ao silêncio obscuro da vossa organização.

Com os melhores cumprimentos,

Marcos Farrajota
Presidente da Direcção da Associação Chili Com Carne

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Faço as coisas e esqueço-me de as promover... ops!

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Fui editor convidado do Portuguese Small Press Yearbook 2017O tema deste ano é a Banda Desenhada. Por ter já completado um ciclo de "números redondos", tudo mudou no PSPY: o formato e design (assinado por Rudolfo) e o facto de a coleccionadora e editora Catarina Cardoso ter passado a convidar outras pessoas a editar os próximos volumes. 
Redigi dois textos, entre eles o "famoso" relatório de edição independente relativo ao ano passado e que tenho recusado colocar em linha desde o Maga. E convidei uma série de artistas para fazerem BDs sobre edição independente: Bruno Borges, Ema Gaspar, Filipe Felizardo, Francisco Sousa Lobo, Fuko Ito, Han Teng Yung, João Carola, Juli Majer, Mao, Nhozagri, Nicole Shinn, Paulo Mendes e Xavier Almeida.
O PSPY é o testemunho físico deste movimento a começar pelos seus registos bibliográficos ou de eventos, é uma ferramenta essencial de estudo "disto que se está a passar"... Pode ser adquirido aqui.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Uma surpresa com quase um quarto de século


Os austríacos são doentes, e como se sabe os doentes fazem boa Arte ou Arte boa - daaaaahhhhhh. Escrevem como ninguém - do Kafka ainda no império austro-húngaro ao tóxico Bernhard, venha o Diabo e escolha - e tem boas bandas de Metal! Só maradices que me lembre, ó: Pungent Stench, Fetish 69,... - os vizinhos nazis sempre foram uns fatelas sem gosto nenhum - e agora estes Korova que na sua estreia A kiss in the charnel fields (Napalm; 1995) chamaram-me a atenção pela pior capa de sempre - não é bem assim, há sempre UMA PIOR CAPA DE SEMPRE!!! Esta é apenas UMA DELAS.
Black Metal cheio de breaks jazzísticos, atonalidades operáticas, vocalizações barrocas em várias línguas (alemão, inglês e... não reconheço as outras), folk bullshit e até um piano Ragtime... zeus! Algumas partes lembram Cradle of Filth (ou será o contrário?) outras os Pan.Thy.Monium, num jogo excitante de mudanças sonoras com uma técnica veloz que só os metaleiros conseguem fazer. Uma surpresa sacada na sempre surpreendente Glam-O-Rama!

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Selling Portugal by the pound


Participação na revista sueca Bild & Bubbla sobre eventos de Verão em Portugal ligados à BD. Falhou o Necromancia Editoral porque o Milhões de Festa parecia que não ia haver e de repente mudou a data para Setembro... 
Finalmente recebi o meu exemplar, passado sei lá quantos meses mostrando que a eficácia nórdica é uma bela de uma treta, aliás, já bem sabia das minhas experiências hilariantes em Estocolmo! Mas 'tá bonita e um exemplar desta revista irá prá Bedeteca de Lisboa, para quem quiser consultá-la.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Falta de notícias?


Não falta nada, são sempre as mesmas... Se faltam notícias neste blogue então devo dizer que continuo a colaborar com A Batalha com a tira CAPAM (a fotografia é de dois números atrás).

E agora inclui também resenhas escritas sobre zines, livros e discos, fartei-me de o fazer para o blogue da Chili Com Carne, prefiro que saiam em papel / físico / analógico. Seja como for, cada número custa apenas 70 cêntimos, cada vez está mais ilustrado e interessante, procurem este Jornal de Expressão Anarquista! Não há desculpas! Se houver continuem a engolir merda com os outros jornais dos betos!

A Batalha está à venda na Tortuga, Letra Livre, A Banca 31, Barata, Linha de Sombra, Leituria, RDA69, MOB, Tigre de Papel, Zaratan - Arte Contemporânea, nos quiosques junto ao Largo do Rato, na Rua Alexandre Herculano, na Rua Camilo Castelo Branco e no Largo do Chiado (Lisboa), no Gato Vadio e na Utopia (Porto), na Uni Verso (Setúbal), na SMUP (Parede) e na Fonte de Letras (Évora)."

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Em tempos em que o fascismo é eleito...


136 páginas de BDs curtas de Francisco Sousa Lobo, criadas desde 2004 até este ano.
Algumas são inéditas outras já publicadas, muitas em publicações estrangeiras, que assim são publicadas em português pela primeira vez.
Algumas BDs são a preto e branco, outras tem mais uma cor e algumas são a cores.
O formato é aquele típico do nosso catálogo: 16,5x23cm

Vais estar disponível este fim de semana na BD Amadora mas também está na nossa loja em linha, e muito em breve na BdMania, Tigre de Papel, Mundo Fantasma, Linha de Sombra e mais lojas a anunciar.

A Sara Figueiredo Costa assina um prefácio que aqui transcrevemos parte:

Diz-nos a física quântica que o tempo não existe, pelo menos do modo cronológico, arrumado e em sucessão, o modo como o conseguimos ver e sentir. E diz-nos que tempo e espaço se relacionam de tal modo que serão, juntos, uma categoria única de descrição do que nos rodeia, uma ferramenta funcional para obtermos respostas tão precisas quanto o universo permite sobre si próprio. A física quântica não é fácil de perceber para a maioria da humanidade e é frequente que outras linguagens nos deixem intuir respostas que, não sendo mais claras, são mais facilmente apreendidas pela intuição. As histórias curtas de Francisco Sousa Lobo não falam de física quântica, cultivando as perguntas com muito mais dedicação do que qualquer resposta, mas talvez por isso mesmo sejam uma espécie de mapa possível para certas declinações do mundo, não as que descrevem o cosmos, mas as que envolvem o indivíduo, esse lugar estranho e inóspito onde o espaço-tempo tantas vezes ameaça desintegrar-se. 

(...) O desconforto que muitas das histórias reunidas neste volume criam no leitor não nasce tanto do desamparo encenado em cada prancha, ou da possibilidade de alguns ou muitos reconhecimentos emocionais, mas talvez do contraste provocado pela procura de uma racionalidade, um gesto narrativo e visual que transforme a matéria das histórias nas histórias em si. É esse o esforço que se descobre em cada história, e é esse o percurso que estrutura esta primeira narrativa do livro, de certo modo, uma antecipação certeira das que se lhe seguem. (...) Não é preciso mergulhar na física quântica quando temos à mão a nossa própria cabeça, o nosso próprio corpo e o lastro imenso de memórias e vivências que confirmam, a cada momento, que estamos sempre em presença efectiva de muitos momentos e que aquilo a que chamamos passado talvez seja, por inconveniente que soe, o nosso presente constante.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

I've seen the future and it will be



Em 2004, estive para fazer com o João Maio Pinto um cartaz (ele desenhava, eu daria ideias) para algo mais ou menos como os Captured! By Robots, eis um esboço de um projecto que ficou pela gaveta.


sexta-feira, 5 de outubro de 2018

As your lawyer I advise you to...


Que fazer quando uma banda é recomendada por um advogado e um lojista de BD? De um advogado ainda acredito, de um gajo da BD não me parece... The Knife são uns manos, boy and girl, que conseguem fazer mel em Synthpop mas sem ser tão óbvio apesar de suecos. Isso acontecia nos discos anteriores ao terminal Shaking the Habitual (Rabid; 2013) em que fogem de vez aos "trolórós" House e outras fateladas. Este disco é como uma festa que nunca mais acaba. Isso não é bom porque estás com uma broa bem fodida, até já 'tás na sala ao lado a tentar recuperar e perceber o que se passa à tua volta mas não, sem hipóteses, o "beat" não pára atravessando a parede, bombando som de forma abafada. Há algo para celebrar mas já nem sabes bem o quê, é pena porque não consegues mexer mais um pézinho sem tropeçares. O vómito, esse grande sacana, anda a ver se consegue vir cá para cima dizer-te "olá! Entãoooooo...!?".
Repetitivo, interminável e mecânico, lembra os Alien Sex Fiend (quando estes vão ficando mais electrónicos) apesar de não serem assim tão parecidos. Talvez os compare também pela duração dos temas, entre 4 a 10 minutos, e pelas mascaradas góticas e horror visual dos video-clips. Ainda assim, isto parece patético. Curiosamente, o lado feminino dos Knife, Karin, avançou com o projecto a solo, Fever Ray, e seu segundo disco, Plunge, vem ao encontro de Shaking ou é impressão minha? Banda a acompanhar...

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Para-raios

Lightning strikes the postman (Warner; 2016) é uma "remix" do "clássico" Clouds Taste Metallic (Warner; 1995) dos Flaming Lips, que deverá ser a única banda que se manteve numa "major" depois das contratações doidas dos anos 90 à procura dos próximos Nirvana. O disco é uma seca, explora-se e modela-se as gravações das guitarras eléctricas e respectivo "feedback" do guitarrista Ronald Jones (que deixa a banda depois do Clouds) num exercício mnemónico. A acompanhar o CD, um mini "comic-book" escrito e desenhado pelo Wayne Coyne, bem giro, assim naíf, em que conta porque razão Jones desapareceu - mete OVNIs, "spoiler", yeah!
Coisa para coleccionadores caso não tivesse saído este disco num "Record Store Day" - um dia mundial da loja de discos em que saem discos únicos para nos lembrarmos que a música não é só Spotify e merdas do tipo.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Quinta dos Acordes

Não porque raios passo a ser um gajo que vale a pena fazer perguntas mas depois das Senhoras agora foi a Acordes de Quinta a perguntar 5 livros, discos e filmes... bof!

Admito que quase chorei com estas gentis palavras: De ar tímido, relaxado e "na dele" está muitas vezes Marcos Farrajota a rabiscar um caderno quando o encontramos em eventos independentes, festivais de música, exposições de banda desenhada/ fanzines. No festival SWR Barroselas Metalfest, podemo-lo encontrar, por exemplo, a relatar, num diário desenhado, tal qual Jack Kerouac, episódios que despertam a sua atenção. (...) Autores honestos como Marcos Farrajota não se deixam intimidar por outras vozes, precisamos de mais autores assim. 

Jack, não te passes!

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Ontem morreu o Frankenstein, o Frankenstein morre amanhã


O italiano Riccardo Balli, aka DJ Balli, visita-nos pela segunda vez em Lisboa e pela primeira vez ao Porto. Desde as suas quatro performances no festival Ruído Terapêutico da Klasse Operária no Damas, Disgraça e afins, houve muitas novidades suas. Muitas mix-tapes, novos discos e a Chili Com Carne e a Thisco publicaram o seu quarto livro: Frankenstein, or the 8 Bit Prometheus : micro-literature, hyper-mashup, Sonic Belligeranza records 17th anniversary.

Livro inclassificável de mashup literário e de ensaio sobre cultura pós-Rave, que tanto celebra os 200 anos da publicação do romance de Mary Shelley como a divertida editora de Balli, a Sonic Belligeranza, evocando os espíritos MIDIevais e dos jogos de arcada.

É nesse contexto que irá apresentar, no dia 12 de Julho, o seu livro na Tasca Mastai, no Bairro Alto, às 20h, seguida de uma festa com um DJ set seu no Lounge, Cais do Sodré, às 23h.

No dia seguinte, às 22h, Balli segue para o Porto para realizar uma "Sessão Espírita em Baixa Definição", do seu livro Frankenstein, or the 8 Bit Prometheus, no âmbito da exposição O Ontem morreu hoje, o hoje morre amanhã, na Galeria Municipal do Porto.

A Galeria convidou a artista Carla Filipe a desenvolver um projecto que se debruçasse sobre as práticas sociais em nightclubs, enquanto espaços de fuga às possíveis falências de sistemas sociais diurnos. (...) Associada ao ambiente nocturno – meio em que Carla Filipe se movimentou com uma participação activa como artista plástica na criação de posters e imagens alusivos à programação de eventos de música electrónica e DJ set – esta exposição (...) contará com uma selecção de artistas locais e internacionais que se enquadram nesta convergência música/ imagem mas cujo corpo de trabalho mantém um carácter autónomo enquanto criação plástica, reflectindo a relação do particular com o plural (do indivíduo com a comunidade), e evocando pelo caminho a história da arte e a sua ligação à música através de um conjunto de referências autorais. Rudolfo, que fez o cartaz e o design do livro do Balli, está com trabalhos expostos juntamente com os de Raymond Pettibon (o gajo das capas de Black Flag e Sonic Youth, caraguuuu!!!) nesta exposição!!!

Quanto à performance de Balli: Através de uma séance de baixa-resolução mediada por links de Game Boy, Ricardo Balli irá evocar nesta sessão o espírito de Giovanni Aldini (1762 – 1834), famoso ressuscitador de defuntos que inspirou a obra Frankenstein: or the Modern Prometheus. Aldini contará uma versão comprimida da história original de Frankenstein, cruzando a linguagem do livro com elementos de retro-gaming, simplificando a sua narrativa como se de um jogo Arcade se tratasse. Aldini era sobrinho de Luigi Galvani, célebre cientista italiano do séc. XVIII, e vivia na Bologna MIDIeval tal como o autor desta performance.

terça-feira, 10 de julho de 2018

Alguém me está a ajudar a vender livros...


Este monte de merda (a obra? o artista? os dois?) aparece numa BD minha no Free Dub Metal Punk Hardcore (...) e saudamos o povo de Sto Tirso fazer Arte à séria! Ainda têm lá muita escultura horrível para destruir, não se fiquem pelo gordinho!

quarta-feira, 27 de junho de 2018

You can't ween all the time

Hoje em dia basta carregar num botão para ouvir imediatamente todas as músicas do mundo em nossa casa. Vejo claramente o que se perdeu. E o que se ganhou? Para atingir a beleza, penso que são necessárias três condições: esperança, luta e conquista.

Luis Buñuel (1900-83) 
in O meu último suspiro (p. 271, Fenda; 2006 - orig. 1982)



Apesar do botão profetizado por Buñuel continuo a comprar discos sem os ouvir primeiro, desejoso que vá levar bofetadas na cara quando os ouvir virgenzinhos na aparelhagem. Isto vale para bandas que nunca ouvi falar como para projectos que pensava que já conhecia.Nem God Ween Satan The oneness (Twin/Tine; 1990) dos Ween nem Hello Young Lovers (Gut; 2005) dos Sparks são discos maus mas não era o que esperava. Quem vem alimentado de Pure Guava e protegido de Kimono my house poderá ficar na defensiva, e desconfiado... e arrependido. Ambas bandas são norte-americanas e gozonas, usam o rock como quem usa sabonete, purismos não é com eles.

No caso dos Ween conheci-os sem capa nem créditos, numa k7 com os títulos das músicas escritos pelo Brian, vocalista dos Primitive Reason, numa letra tão merdosa que a capa da k7 poderia ser realmente a edição oficial do Pure Guava. Disco esse que parece tocado por crianças com capacidades de adultos, e era aí que residia o génio da banda e do disco. God Ween Satan, apesar de ser anterior, parece aquele disco quando uma banda se vende e passam a ser chatos. É música de adultos com capacidades musicais a tentarem ser crianças.

Eles sempre fizerem música para fornicar as pessoas, o propósito principal da banda para além das drogas. Em Pure Guava a razia era total, não deixava muitas pontas por onde se pegar, uma inocência era transmitida com o acto de fazer quase tudo errado, novos mundos apareciam de música para música. Em GWS parece que temos os ZZ Top a quererem ser uns granda malucos, ou uma versão tótó dos Butthole Surfers. Previsível mesmo quando eles saltam por cima de todos os géneros musicais da altura: Hardcore, Reggae, Funk, Gospel, etc... Não admira que se tenham transformados em mascotes do South Park. Os outros discos serão melhores? Será que os devia ouvir no youtube invés de os 'tar a comprar? Dilema...



Os Ween são irmãos falsos ao contrário dos Sparks, Ron e Russel Mael, que são do mesmo ventre mas ambos falsificam a música, os Ween fingindo serem espontâneos e os Sparks com operetas sofisticadas. "Queen para queers" poderia ser um bom sound bite para esta banda, afinal há falsetes, Hard Rock, arranjos sinfónicos, etc... no entanto com maior relevância que alguma vez foram os Queen porque esta banda não trata de excitações nacionalistas nem machistas, pelo contrário temos Pop Inteligente com letras irónicas e politizadas como (Baby Baby) Can I invade your country. Para quem gosta de Residents ou They Might Be Giants, esta é a banda que fica no meio delas. Só acho os temas longos demais bem como o álbum - mesmo problema do CD dos Ween, já agora. Esperem lá, deixa ouvir isto com mais calma, é capaz ainda de bater... Amanhã digo-vos mais, ou talvez não. Entretanto saiu novo disco deles, que fazer?

terça-feira, 26 de junho de 2018

Em frente em todas as direcções!


Num ano é música dos Balcãs, noutro é Cubano, no seguinte é Afrobeat e Highlife, depois é Klezmer, etc... O Ocidente capitalista e bronco vai descobrindo a música do "resto do mundo" desta forma homeopática. Para quem quer tudo ao mesmo tempo há uma solução e não, não são os Clash nem os Mano Negra!

É uma banda inglesa que se pode meter no meio dessas duas, os 3 Mustaphas 3, um verdadeiro "melting pot" de músicas do mundo pelos quais não temos de esperar pelo David Byrne ou pela Soul Jazz para esperar pela moda musical primavera / verão. Estes ingleses eram uns sete em palco mais o seu frigorífico, onde guardavam fruta fresca - colocando o Bez dos Happy Mondays numa situação complicada: o que é melhor ter como elemento extra de uma banda? Um gajo que dança ou um electrodoméstico que dá vitaminas? O Bez arranjava drogas, hummmm...

Quer ouvindo Shopping (1987) ou Heart of Uncle (1989) não encontro grande diferenças entre os discos. A base desta banda é Balcãs, Klezmer, música árabe e cigana mas nada impede que eles mudem para ritmos Africanos e Afro-latinos ou até para Funk e Rap. A diferença passa pelos formatos de edição apenas, Shopping é ainda um disco pensado para LP e o outro já se estica para o tempo de uma hora graças à tecnologia do CD - que se imponha na altura como o formato áudio do futuro [rir nesta parte]. Uncle incluía mais vozes femininas também ou assim parece, se calhar tem a mesma proporção para uma hora de música... Quem sabe?

Apesar de serem todos uns branquelos britânicos - e tal como todos os ingleses tem focinho que parece que gostam de tau tau - os 3M3 (posso-vos tratar assim?) eram contra as fronteiras físicas e musicais, estavam nitidamente 30 anos à frente da Inglaterra-Brexit de hoje. Em 2018 é bom ouvir música destes tipos com aqueles chapéus marados (o chapéu chama-se "fez" ou "tarbush"), ainda dá alguma esperança na Humanidade ou naquela ilha...


Thanks Fikaris for the tip. Obrigado à Glam-O-Rama por ser o único sítio em Lisboa (essa capital tão falsamente cosmopolita) que tem estes discos!

PS - entretanto apanhei Soup of the Century (Ace / Ryko; 1990), o último disco desta banda e é uma grande seca. A inspiração passou a gordura de comer muito, provavelmente... pena!

segunda-feira, 25 de junho de 2018

CIA info 88.7


Capa para um single 7" de uma banda lisboeta que não dá bocas - como alguns cabrões que andam por aí... Falo dos mutantes dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS que lançaram o disco no passado Domingo 28 de Janeiro, no Atelier Concorde (Rua Leite Vasconcelos, 43A à Graça). E decidiram fazer exposição das capas até dia 1 de Fevereiro!



Resta dizer que o single é limitado a 33 cópias e cada cópia tem um desenho original do ilustrador!!!
Obrigado Boris & João pelo convite!



O novo single dos infames dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS foi gravado, misturado e masterizado pelo maestro Milo Gomberoff no estúdio Hukot em Barcelona durante a KsChNpSk Tour e que foi lançado numa edição ultra-limitada em vinil transparente com capas originais de 33 artistas, a saber: Aleksi Laisi, Anafaia Supico, Ana Farias, Anatureza, André AFTA3000, André Lança, Animal Sentimental, Aude Barrio, Bárbara Assis Pacheco, Barbara Meuli, Begoña Claveria, Binau, Carlos Gaspar, Daniela Rodrigues, Germes Dean, Gonçalo Duarte, Irene Fernández Arcas, Jaime Rydel, José Smith Vargas, Juanito, Kro, Luís Luz, Marcos Farrajota, Mariana Marques, Mário Pegado, Marta Sales, Martina Manyà, Miss Inês, Moca, Nuno Barroso, Pedro Costa, Sara Franco e Vicente Nunes.



Soube esta semana que a "minha" cópia foi para um comprador de Viseu e que foi feito um fanzine com todas as ilustrações, yes!!! Isto sim, gente que faz e cumpre! Punks à séria!

Até há vídeo do tema e tudo:


terça-feira, 5 de junho de 2018

A Morte da Besta (2000-2020)

18 anos a praticar Suicídio Comercial é muito tempo. 
Em 2020 já cá não estaremos. 
Extinção.

Isto porque nos prometeram, em 2000, no mesmo ano que aparecemos, que as nações do mundo iam até 2015 acabar com a pobreza extrema, promover a igualdade de género, assegurar a sustentabilidade ambiental entre outras belas patranhas. Estamos em 2018 e tudo piorou. 2020 não será melhor. Não estaremos cá para isso.


Passados 18 anos ainda ninguém consegue dizer MMMNNNRRRG!

Dezoito anos depois de apresentarmos autores em Portugal e no mundo que fazem toda a diferença, continua-se a papar grupos como "novelas gráficas" secas, vazias e redundantes. Pior que a "bedófilia" do super-herói e outros lixos "teenagers" é ver este gato a passar por lebre nas livrarias. Mete-nos nojo e percebemos que perdemos tempo. Já chega.

Em 2020 damos o berro. Não o fazemos antes porque temos ainda finlandeses, contorcionistas e k7s para editar. E um número redondo é um número redondo. 2020 é bonito porque é um número redondo e um número redondo é um número redondo, ora 2020 é bonito porque é um número redondo e um número redondo é um número redondo, ora 2020 é bonito porque é um número redondo e um número redondo é um número redondo, ora 2020 é bonito porque é um número redondo... Aproveitando enquanto decorre este cemitério de livros, que é a Feira do Livro de Lisboa, anunciamos o nosso FIM em modo de "fade out".

A Associação Chili Com Carne, que desde o início nos tem apoiado na promoção, irá gerir esta falência espiritual com campanhas de desconto e promoções dos últimos exemplares das nossas edições.



Não será um final humilhante como outros que acontecem por aí. 

Até 2020 ainda lançaremos algumas edições para irritar os fatalistas. Um novo livro de Tommi Musturi, um livro de outro autor finlandês a divulgar em breve, uma k7 com originais e remixes de Black Taiga, em parceria com a Rotten Fresh, os últimos objectos da AcontorcionistA - o mais recente, é o Baralho que já circula e um muito desejado segundo número do Subsídios com o Dr. Urânio.


A Besta sempre teve dignidade, até na Morte.
Até já e obrigado!



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Fundada por Marcos Farrajota em 2000 e dirigida com Joana Pires desde 2010, a MMMNNNRRRG publica "Art Brut Comix" de artistas de BD "outsider" de toda a parte do planeta: Portugal, EUA, Reino Unido, Croácia, Finlândia, Sérvia, Roménia, Holanda, África do Sul, Bélgica, Grécia, Rússia e Suécia. Tendo a primazia o livro em offset mas não impediu de inaugurar o boom dos graphzines em serigrafia em Portugal e experimentado outros formatos menos convencionais. Desde 2015 que lança k7's de "música inesperada" - Black Taiga, Melanie is Demented, Traumático Desmame, BLEID - com as embalagens mais saudáveis do planeta. 
Trabalhámos com algumas instituições como a Escola Ar.Co. (num projecto que incluía Ana Hatherly, António Poppe,...) ou o Cinanima, recebemos o prémio TITAN em 2010 com Já não há maçãs no Paraíso de Max Tilmann; em 2011, cinco dos autores que publicamos (Janus, André Lemos, Pepedelrey, João Maio Pinto e Tiago Manuel) tinham trabalhos expostos na exposição Tinta nos Nervos no Museu-Colecção Berardo; Caminhando Com Samuel de Tommi Musturi foi seleccionado para o livro de referência 1001 Comics You Must Read Before You Die de Paul Gravett; em 2014 W.C. de Marriette Tosel foi selecionado para um concurso da Society of Illustrators de Nova Iorque; em 2016, Anton Kannemeyer participou na polémica conferência da Fundação Gulbenkian Foundation e ganhou o Prémio Nacional de Melhor Álbum de autor Estrangeiro com Papá em África na Amadora BD.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Arroto Dub e outros poemas


Quando é que um disco de música experimental não é chato? 
1) Quando vamos a meio do disco e não damos por ele
2) Quando se ouve várias peças e há variedade q.b.
3) Quando há humor das peças (até o John Zorn sabe disso!)

O festival Avanto, de música electrónica experimental que acontecia no Kiasma, editada alguns CDs com os artistas que convidava, podia ser "brutistas" como o japonês KK Null ou "gender-bender" como o Terre Thaemlitz mas sobretudo não parecia ser chato. Porquê?

Porque os finlandeses gostam de se divertir mesmo ao ponto de não serem sérios como geralmente são este tipo de iniciativas. Kiitos.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Gringos locos


O papagaio que cobre o split-EP de 7" é o vocalista da banda Death Metal Hatebeak, com quem dividem o disco com Longmont Potion Castle - edição da Reptilian, de 2004. Como afirma DJ Balli (ou se calhar não, se calhar samplou de alguém): "No more frontman, front animal!" Os vocais são alucinantes, o instrumental é bem feito q.b. (um dos elementos humanos é dos fantásticos Pig Destroyer) e assim puxam carroça prá frente muito mais desde que os Cannibal Corpse e afins engordaram e fazem álbuns todos os anos chatos como tudo - as revistas da especialidade dizem que não mas por alguma razão chamam-se revistas da especialidade. LPC faz um trote metaleiro, tipo quando Judas Priest é pesado, não indo de encontro às partidas com chamadas telefónicas que costuma fazer. Na verdade ele até tem um álbum só de Thrash Metal por isso ele deve ser um metaleiro inteligente...


Divine (1945-88) foi a "drag queen" mais importante do mundo - ou até a "mulher mais bonita do mundo, quase" - e isso não impediu de fazer música merdosa como este single You think you're a man (Proto; 1984) que até teve mãos (suadas?) de Stock Aitken Waterman, os três produtores britânicos que fizeram os maiores sucessos Pop pueris da década de 80: Kylie Minogue, Bananarama, Rick Astley e outras bostas andantes da altura. E para bom entendedor, meia palavra basta... Ou então ainda se pode dizer isto, ouvir este single é como arte contemporânea, é bom que se saiba que é uma Drag Queen, desculpem, "A Drag Queen Divine" (imagens virão logo caso alguém tenha visto os filmes do John Waters) senão não tem mérito nem interesse, tal quando se olha pra umas merdas no chão de uma exposição sem a folha de sala. Thanks Jucifer!

Enfim, os norte-americanos tem esta coisa pelo culto da extravagância, seja o que lhe cresça ou não no corpo não é razão de vergonha e toca a dar no showbizz. O mais louco deles todos será sempre Spike Jones (1911-65), o mestre da música Novelty! Mas nem tudo o que luz é ouro na sua discografia e é preciso ter cuidado com os discos dele. Os melhores são dos anos 30 e 40 em que Jones e a sua banda City Slickers eram virtuosos e tão rápidos como os Mr. Bungle em ritmo e mudança de sons. Jazz combo com cabras para berrarem ao tempo certo, disparos de pistolas, o "latrifone" e anões completavam o Freak Show. Estas colectâneas fazem esse apanhado, por exemplo:



Baratas por aqui e aqui. Mas há mais discos e os nos anos 50 e 60 passam mais a serem espectáculos radiofónicos, pode-se assim dizer. O humor passa a ser "teen", arrotos, piadolas irreverentes para putos, sintonizando com a revista Mad - aliás, Jack Davis (1924-2016) fartou-se de lhe desenhar capas.



Novamente: baratinhos aqui e aqui. Estes são LPs que reciclam as músicas dos anos 30/40 seguindo um guião temático. Por acaso a primeira parte de Dinner Music for People who aren't very hungry até acaba por ser giro porque brinca com o conceito da "alta fidelidade" sonora, que poderá ter muita importância para um brincalhão como Jones! Mas nada bate temas como o My old flame que nem o Nick Cave seria capaz de escrever tal letra violenta ou a velocidade punk de You always hurt the one you love, paródias de "hits" da altura. Aí é que está o Spike Jones que interessa.

domingo, 29 de abril de 2018

Procissão


Um disco inesperado este Gahvoreh (Transmedia; 1988) de António Emiliano, músico e académico, para um bailado do luso-iraniano Gagik Ismailian na Gulbenkian. Que existam peças destas não seria de admirar mas editadas é que é inesperado. New Age manhoso, com travos de Rão Kyao, mistura música persa com sintetizadores, eis uma espécie de Dead Can Dance mais oriental que ocidental. É um LP instrumental que deixa a dúvida entre a beleza, o kitsch e o insuportável, ainda assim é bom saber que em 1988 nem tudo neste país atrasado era só GNR ou Xutos... Claro que isto passou-me ao lado quando era puto e descobri recentemente na Megastore by Largo, no Intendente.

sábado, 28 de abril de 2018

Um mundo melhor


O Alan Moore reciclou o "smile" que depois foi adoptado pela cultura Rave e tornou-se no ícone do Techno e do Ácido. O mesmo fez das máscaras do Guy Fawkes o novo ícone pseudo-anarquista / hacker / anti-globalização. Será o único autor de BD que contribuiu para um mundo melhor? [Eu não escrevi isso! Fui hackado de certeza!!]
Há o Richard McGuire, um grande ilustrador que por acaso fez uma BD seminal em 1989, "Here" na revista Raw - esqueçam a sua "graphic novel" homónima, mero exercício de estilo inútil e desinspirado. Claro que a BD percorreu apenas quem se interessa pela BD à séria, por isso não foi através dessa BD que ele influenciou meio-mundo - embora é certo que o "Here" por ser uma ruptura formal fez muitas cabeças pensarem no assunto e usarem o ensinamento noutras obras. Mas foi através da música dos seus Liquid Liquid, onde era baixista, que ele deixou marca da grande.
Ouvir o tema Optimo é ouvir o Querelle dos Pop Dell Arte, Bellhead também lembra algo nos Pop Dell Arte, o baixo de The Cavern foi samplado por sabe-se lá quantas bandas de Hip Hop e outras, logo a começar pelo Grandmasterflash and the Furious Five - no tema White Lines - que deu azo a processos  judiciais entre editoras - a mafiosa Sugarhill dos rappers contra a 99 Records que editava a No Wave nova-iorquina. A 99 perdeu dinheiro e foi-se uma editora que apostou em todo um novo universo sonoro.
O CD Slip In And Out Of Phenomenon (Domino; 2008) reúne a discografia inteira da banda, mesmo quando antes se chamavam Liquid Idiot, o que se resume a uns três EPs, entre 1981 e 1983, mais uns extras e raridades. Baixo pulsante, poliritmia, gritinhos & guinchos (nos anos 80 o pessoal guinchava e gritava muito), Rock mais perto da dança Funk e do Dub, os Liquid Liquid tiveram uma carreira fora do normal. Mais ou menos ignorados pelo grande público enquanto existiam, tiveram réplicas ao longo dos tempos, do Hip Hop aos LCD Soundsystem, dos Pop Dell'Arte aos "ringtones", enfim muita coisa não existiria sem esta banda e o baixo de McGuire...

sábado, 21 de abril de 2018

5 IPM


Punks leitores? A falar com Senhoras? É um mundo em mutação? É o que parece...

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Mesmo a tempo


Antes dos Sleaford Mods serem conhecidos houve os Von Südenfed - ou seja o recém-falecido Mark E. Smith (1957-2018) com os Mouse On Mars - num disco intitulado Tromatic Reflexxions (Domino; 2007). Um disco estranho sobretudo quando Smith era conhecido por desdenhar a música electrónica de "Clubing"- ainda assim, anos antes ele tinha feito uma participação com Ghostigital mas não lhe chamaria de "Clubing". O que dizer deste disco? Simples soa ao maluquinho da aldeia que pegou no microfone da festa enquanto o DJ Ride punha som. E não vale a pensa fantasiar que isso poderia ser interessante...

segunda-feira, 26 de março de 2018

Janice Caiafa : "Movimento Punk na cidade : A invasão dos bandos sub" (Jorge Zahar; 1989)

O Punk sofre nas mãos da academia sempre que esta se lembra dele. Se não são livros com gráficos como vimos acontecer em Portugal recentemente e com prosa poética vinda do Rio de Janeiro. Pouco se aprende aqui, usam-se os nomes de sempre (Barthes, Baudrillard, Deleuze, Foucault, Freud, Guattari, Lyotard) para justificar o romance que a autora teve a dada altura com a comunidade Punk e os Coquetel Molotov, entre 1983 e 1984, sem que se perceba o que a autora quer explicar ou o que é esse "movimento" ou "anti-movimento". Intelectualismo bacoco e vazio, em que talvez na falta de informação na altura, mistura-se conceitos e géneros de música que ainda não tinham rótulos - considerar "positive" o som dos Bauhaus parece-me uma piada tanto em 2018 como em 1989, enfim...
Interessante que pelo menos a autora apanhou a ligação ao Hardcore finlandês e em especial a Läjä dos Terveet Kädet. Há que fale que o Punk brasileiro veio de classes menos privilegeadas (ao contrário em Portugal que eram só meninos do papá) mas neste livro não dá entender isso, a não ser que, no Brasil, "subúrbio" signifique directamente "pobreza", o que não estarei certo de tal. Por falar em dinheiro, obrigado às BLX por não me terem feito gastar guito nesta perca de tempo.

terça-feira, 20 de março de 2018

Interpretação de sonhos

Quando acordei, a C. disse-me que tinha sonhado que vocês tinham tido um filho, sendo que a J. estava já grávida do segundo...
Como tal, a C. deslocou-se a Lisboa para vos oferecer um livro de tiras humorísticas sobre jovens casais e os seus problemas ao cuidar de crianças recém-nascidas [vulgo, o Baby Blues ou lá o que é]. Quando o Marcos recebeu os livros, ficou extremamente irado e expulsou-a de casa. No entanto, convém frisar que o Marcos, quando ficou irado, tornou-se numa mistura entre ele e o Marco da Garagem.

segunda-feira, 12 de março de 2018

Simétrico


Merda, enganei-me na capa do disco, não faço nem o que é uma "deluxe edition" de St Elsewhere (Warner; 2006) dos Gnarls Barkley... Parece que foi ontem que os ouvi pela primeira vez mas não, já lá foram uns bons anos e venderam milhares de discos ao ponto de em 2018 poder-se comprar um exemplar a 3 paus! Quem é que não gosta do lixo do Capitalismo?
Dupla composta por Cee-Lo Green (voz falsete) e Dangermouse (produção - o gajo do Grey Album) fizeram o álbum Pop mais descomplexado e sofisticado daquele ano ou se calhar daquela década. Lembra os Outkast por ultrapassarem o Hip Hop para uma miscelânea Pop como se fosse uma Motown do séc. XXI. As técnicas Hip Hop estão lá, os ritmos, samplagem, algum Rap, linhas de baixo e sintetizadores mas também há Soul negra, Folk branquelo e ainda Jazz e Rock de razia, quer dizer, tudo vale mas com esta lógica hip hop: um gajo canta e outro cuida da música, não é preciso muito mais, há tecnologia para tal. E é para ser orelhudo e dançavel, micro-dramático e macro-humorístico. Ninguém acredita nestas letras mas naqueles três minutos tudo é mágico - até menos do que isso, há canções com um minuto e meio. Crazy  foi o grande single de 2006. Daquela década, melhor que esse tema só mesmo o Crazy in Love da Beyoncé e Toxic da Britney Spears, ambos de 2003. Tudo o resto é merda.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Kim Cooper & David Smay (ed.): Bubblegum music is the naked truth (Feral House; 2001)

Um livro que promete muito e oferece quase nada. Lembra estruturalmente os volumes da RE/Search mas é uma chatice pegada de tão atabalhoado e repetitivo que é. Para dizer que graficamente é muito feio, especialmente para um livro que trata de música (tão) cheia de açúcar e cores. A grande teoria deste livro é que sempre haverá música caramelizada que se pegam aos dentes de qualquer outra música "séria" e "adulta". Se há Rock'n'Roll haverá uns Monkees, se houver Grunge haverá uma Sara Debell - ou melhor, uns Backstreet Boys. Porquê? Porque nenhuma criança vai curtir barulheiras e temas sórdidos (drogas, depressão e destruição), logo, na indústria fonográfica haverá sempre um grupo de empresários a recrutar produtores musicais de topo e uns putos ranhosos para serem as suas putas. E de preferência - houve uma altura - se a "banda" não tiver cara porque é uma máscara (Banana Splits) ou um desenho animado (The Archies) ainda melhor. Não só se pode nos EUA ter a "banda" a tocar em estados diferentes ao mesmo tempo, como ainda se pode despedir quem se porte mal no conjunto e não há reivindicações artísticas nem divas.
Começado nos anos 50 pelo facto de haver um "baby boom" cheio de massa para gastar em brinquedos e discos, a "Bubblegum" é o Pop criada em fábricas e que teve o seu zénite até aos anos 70, tendo depois transformado em mil e outras coisas tal como toda a música se foi metamorfoseando pelo mundo fora - até o festival da Eurovisão é aqui analisado com um artigo bastante divertido. O caso mais grave será o facto de alguns artistas a partir dos anos 80 tanto namorarem um público adolescente como um "adulto" como o caso de Madonna, embora no livro analise-se algumas das inocentes letras e tiram-se insinuações sexuais delas - se bem que um gajo pode ver pénis e vaginas em tudo o que a Humanidade criou, das tomadas eléctricas à "cu-linária", cof cof. E claro, os escravos do Bubblegum sofrem uma série de patologias sexuais: Garry Glitter e uma dezenas de deles ligados a pedofilia e abusos sexuais, o caso do mega-freak Michael Jackson (Jackson 5) ou Britney Spears Oops, I did it again...
O mais interessante do livro é quando faz relações com este tipo de produções com a "música séria" como o caso do Punk, em que Ramones e Blondie são várias vezes referidos como casos Bubblegum. No primeiro caso, a relação é feita pela simplicidade dos temas, pelas onomatopeias nas letras e também a sua infantibilidade do "eu gosto disto / eu não gosto disto". Não será caso de choque uma vez o Punk é um filho bastardo da cultura Pop, em que sempre pegou nos produtos de mais mau-gosto que a sociedade produziu (BD popular, "soap-operas", série B) para os reciclar ao seu (outro mau) gosto. Ou, uma vez que "punk" não significa uma coisa mas muitas ao mesmo tempo, e no caso dos Blondie, a crítica ao "american way of life" em que Susie And Jeffrey é um dos grandes temas, como poderia ser feito senão com a produção mais pastilha-elástica possível?
Livro semi-inútil tem o bónus de lá se encontrar o Peter Bagge (autor da série de BD Hate, caricatura do Grunge) a defender uma lista de Pop xunga (desculpem, a Bubblegum do final do milénio) que ele e a sua filha ouviam na altura - inclui as Spice Girls que ele defende fortemente. Convenhamos, quem resiste ao balbuciar de Wannabe?
Ou o que dizer das "nossas" Doce? Hum!?

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Child porn


Dois Bauhaus em 1984 gravam Pop (Beggars Banquet) depois de uma série de singles. Há também uma versão diferente deste disco para os gringos - e com uma capa completamente infeliz, no que faz pensar se foi pelo pipi da miúda... Os Tone on Tail são os Bauhaus ainda mais Dub e ambientais, armados com sintetizadores e com a voz de Daniel Ash a chegar aos Love & Rockets - projecto que iria unir os três Bauhaus (sem Peter Murphy) depois do fim da banda. É um disco inesperado que tanta anda no Dark Pop do Cabaret como um psicadélico ganzado, pelo meio desvia-se em synth pop para pista de dança muito 80s mas sempre com detalhes de quem sabe o que faz. Só de pensar que em 2017 as pessoas curtem merda pura como os "cigarros depois do pinanço" dá no que pensar em quanto "devoluimos"...



E por falar nisso, nos Devo e se calhar nos Residents, onde os imaginários de troça do Rock parecem interceptar, eis Nash The Slash. Um canadiano multi-instrumentista enfaixado na cabeça como uma múmia que editava os seus próprios discos (o logo da sua editora é uma caveira catita!) mas deve ter tido os seus 15 minutos de fama porque até há uma edição portuguesa do Children of the Night (Cut-Throat / Dindisc; 1980) que encontrei na loja Glam-O-Rama. Espera, e porque não Buckethead como comparação? Sim ambos são virtuosos apesar de Nash nunca usar guitarra mas sim violino e outros instrumentos de cordas. O seu álbum de estreia é fantástico e Dark, lembra muita electrónica que ainda se faz em 2018. Este segundo LP é mais parolo, humorístico, "clean" e "pop" como se topa na versão-gozo de Smoke On The Water - como Dopes On The Water - mas ainda assim é uma peça curiosa. Comprei este disco por causa da capa e contra-capa e para desvendar o mais cedo possível que mistério musical seria este. Há ainda muita coisa para descobrir, é sempre bom perceber que afinal não conhecemos tudo tudinho e que ainda se podem arranjar discos inesperados.


Que dizer de Mater Suspiria Vision / ℑ⊇≥◊≤⊆ℜ e o maxi Zombie Rave / First Flesh (2012)? Banalidades que o "Pop come-se a si mesmo"? Imaginem que nos finais da década passada inventou-se um género de música intitulado de Witch House, música de dança para Zombies, ou melhor para pessoas já muito cansadas da festa - como aquela lua no Vida, universo e tudo o mais (Douglas Adams) onde havia uma festa há 100 anos em que a orquestra já estava cansada e faltava circulação de sangue entre os foliões. Com imaginário posto no Giallo e filmes de horror (que foi transversal a Devendra Banhart como a mil bandas Stoners que se criaram em 2010) os produtores de Witch fizeram uma vampiração do Pop anos 80 ou até Eurodance dos anos 90 em rotações erradas - técnica inventada no Hip Hop pelo DJ Screw - ou melhor em rotações mais lentas com mais uns efeitos aqui e acolá. Screw entre um gole de codeína e uma mix-tape nunca sonhou que a sua técnica viria dar bastardos bracos como o Rape Gaze ou ainda Doomduro... Em breve o DJ Balli e a Chili Com Carne irão explicar tudo com um livro do caraças! Por aqui neste bootleg (?) ou, pelo menos, white label temos temas fornicados de Mike Oldfield, U96 (mein gott!), Animals (será? está mesmo esticado!!!) e Scooter (que merda!)... Como tudo na música, depende das drogas e o século XXI tem sido generosa em sintéticas para pessoal dopado da vida. Mais irónico é que se os temas já estão arrastados, ao serem editados em vinil para 45 rotações, nada impede de alongar ainda mais os temas para 33 rpm. E agora? Post-mortem cha-cha-cha?