terça-feira, 19 de novembro de 2024

24h


- Ruben Östlund : Triângulo da Tristeza / Triangle of Sadness (2022)

- Thierry Van Hasselt : La Véritable Histoire de Saint-Nicolas (Frémok; 2023)

- Stefan Zweig : Castélio contra Calvino ou uma consciência contra a violência (Assírio & Alvim; 2023 - orig. 1936) 

- João Abel Manta : Livre (Palácio Anjos, Algés) + Laurent Filipe : A Torre de João Abel Manta : O Imaginador (RTP)

- Imai Arata : Flashpoint (Glacier Bay)

- Will Self : The Butt (Bloombury; 2008) 

- Michel Faber : Listen - on music, sound and us (Canongate; 2023) + O Livro das Estranhas Coisas Novas (Relógio D'Água; 2015 - orig. 2014)

- Ryszard Kapuscinski : Ébano (Livros do Brasil; 2020 - orig. 1998)

- Marc Torices : La alegre vida del triste perro Cornelius (Apa Apa; 2023) 

- Octopoulpe (19 Maio; Disgraça)

- Krypto (2 Novembro; SMUP)

- Chris Oliveros : Are you willing to die for the cause? (Drawn & Quartely)

- Saeed Roustayi : Os irmãos de Leila (2022) 
 
- Anthony Burgess : 1985 (Arrow Books; 1980 - orig. 1978)
- Deborah Shamoon : Passionate Friendship - The Aesthetics of the Girl's Culture in Japan (University of Hawai'i Press; 2012)
- Michelangelo Setola : Les Déchets (Misma; 2021 - orig. 2019)
- Claire Barel-Moisan & Matthieu Letourneux : Albert Robida - De la satire à l'anticipation (Les Impressions Nouvelles; 2022)
- Evin Collis : Litterpig (4 vol.; ed. de autor; 2020-24) + Transcontinental (3 vol.; ed. de autor; 2016-18)
- Jeanne Waltz : Vento assobiando nas gruas (2023?)
- Bruno Dumont : O Pequeno Quinquin / P'tit Quinquin (2014)
- Beth de Araújo : Soft & Quiet / Suaves e Silenciosas (2022)
- Erica Couto-Ferreira : Corpos : As outras vidas do cadáver (Faktoría K / Kalandraka (2023)
- Simone Weil : Reflexões sobre as causas da Liberdade e da Opressão Social (A Bela e o Monstro / Rapsódia Final; 2022 - orig. 1943)

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Michel Faber : Listen - on music, sound and us (Canongate; 2023)

Foi a Flur que recomendou este livro e ainda bem que caí na esparrela... Só que ainda estou a processar este generoso epitáfio sobre o ideal de consumo da música do século XX. Talvez venha a editar este "post" daqui uns dias...

Faber nem é académico da música (ainda bem) nem é um crítico especialista de música, é "apenas" um escritor que sabe do seu métier para condensar e redigir - mas sobretudo alertar - sobre a maneira como sentimos a música. Do colecionismo em negação - o capítulo em que tenta livrar-se do disco This Inheritance must be refused é hilariante! -, a falocracia em negação que absorvemos seja da Wikipedia seja da imprensa especializada (curiosamente estava a ler o livro quando os escândalos sexuais no Jazz português explodiram), o holiganismo em negação como nos deixamos influenciar pelos outros ou ainda os malefícios da Nostalgia... tema a tema, taco a taco, sem ficarmos a conhecer mais sobre esta ou aquela banda - nem sempre é verdade mas os exemplos são demasiado aleatórios quer para o mau quer para o bom, para que isso seja a essência do livro - ficamos a compreender melhor as nossas escolhas musicais. 

Ou pelo menos as dos consumidores anglo-saxónicos. Há música a rodos neste mundo para descobrir sendo uma missão impossível poder ouvir toda a música que existe e que vai existir. Faber diz-nos que não temos de ficar pelos cânones de gajos brancos (e "gajos" significa literalmente mesmo humanos com pénis) e como tal podemo-nos libertar de qualquer pressão de grupo, basta ter curiosidade pelo "outro". Há uma ternura e um humor neste livro que o torna numa mensagem de amor e de esperança para todos os melómanos - e até para os não-melómanos!

 PS - ele "trasha" um coche no Henry Rollins que se acha muito esperto. Boa Faber! Nunca curti esse caralho!