domingo, 15 de junho de 2008

porque antes fazia-se melhor música...

É uma dica! Dia 28 de Junho, Sábado, na Bedeteca de Lisboa acontece mais uma edição da Feira Laica e como têm sido tradição vai haver muitos discos por lá, não só vindos de editoras independentes mas também em segunda mão! Fazendo parte da organização já tive a sorte de apanhar alguns discos de um pessoa que vai ter lá os seus vinis. Comprei-lhe já dois discos, antigos claro, de edição / distribuição moçambicana que só mostra que nas colónias curtia-se enquanto que no Portugal nojento de Salazar as mentes apodreciam ao ponto de ainda influenciarem a nossa forma de ser nos dias de hoje.
La Gran Orquesta de / Le Grand Orchestre de Paul Mauriat (Phillips; 1967). Mauriat (1925-2006) é um grande compositor francês de easy-listening cuja carreira teve o apogeu nas décadas de 50 e 60, e claro como muita boa gente da altura, tem discos que não mais acabam, capas diferentes de país para país (a minha edição não tem a bela loiroca da capa que coloquei neste "post" e há mais versões para o mesmo disco, vejam a edição brasileira), provavelmente até alinhamentos diferentes, mil colectâneas, best-of's,... Como qualquer bom easy-listening traduz músicas de géneros diferentes para um conforto Lounge, digno de pantufa, gata no colo e uma passagem por uma revista ou livro no sofá ao fim do dia.
Dica nº2: o tipo tem mais discos de Mauriat! Puro vintage!

Pink Floyd: "Ummagumma" (Harvest / EMI; 1969), um disco duplo - um disco ao vivo, outro em estúdio - sem Syd Barrett mas ainda "frees" e "Freackados" antes de virem a tornarem-se merdosos.
O disco ao vivo são temas bastante psicadélicos com as estruturas tradicionais do género - embora o que Pink Floyd fizeram foi até criar as regras desse género.... Sendo tocado ao vivo sente-se que os temas estão mais crus e agressivos que nas gravações em álbum. O disco de estúdio é completamente experimental, dividido em 4 segmentos - cada um com composições de cada elemento da banda. Começa com Richard Wright, o homem dos teclados, com 4 partes do tema Sysyphus, em deambulações de "composição contemporânea" (o que se quer dizer com isto? um vale tudo de Stockhausen a Xenakis?), um pedacinhos de Jazz, minimalismo e um tom operático - bom! Segue para Roger Waters (baixista, voz e combatente pela liderança da banda) que começa com calma acústica Folk e acabar com animais a guincharem por todo o lado - muito bom! Lado B do 2º disco (ou lado 4) começa com David Gilmour (o guitarrista) a tocar um Blues/Folk cheio de efeitos espaciais (sci fi assumido) e acaba por soar a Pink Floyd que se conhece mais. Por fim, Nick Mason finge nos primeiros segundos que nos vai dar umas flautadas à Yes mas acaba por apenas por nos saturar com exercícios de percussão (e é isso que ele faz na banda) com uns Drones a acompanhar. Um disco quase 40 anos depois fresco como o último de qualquer neo-freak que esteja aí a dar, aliás, essas bandas admitem sempre onde foram buscar a inspiração e a forma.
Dica nº3: há mais clássicos do Rock para encontrar do lote deste meu amigo que terá discos na Laica, é só procurá-los com todo aquele brilho estelar do vinil em bom estado e da dimensão gráfica do elêpê! Só já faltam 2 semanas!!!

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