Silver Apples (MCA; 1997)
Há malta que ficou pelo tempo e recusa-se a viver os tempos actuais. Justificam que "tudo já foi inventado" e que no caso da música Pop/Rock são os anos 60 os "anos dourados" e onde "tudo se inventou". Claro que pensar em Metal vamos a Led Zeppelin e aos Black Sabbath e antes deles temos o tema Helter Skelter dos Beatles em 1968, se quisermos Punk temos Iggy Pop/Stooges e MC5, rock sónico com os Velvet Underground, tribalismo-psicadélico dos Cro-Magnons, o punk-reggae de David Peel, etc... Quem pensa assim acaba por rejeitar o progresso da vida (por mais que a vida tenha coisas estúpidas e desmemorizadas) impossibilitando o gozo da velocidade de Slayer, o brutalismo de Napalm Death ou a parolice-dançante de Sean Paul... e podiamos nos fazer de arrogantes em relação a estas pessoas excepto quando acabamos por tropeçar em bandas seminais como os Silver Apples que num estalinho de dedos resumem a invenção de MADchester e do Krautrock, ou de tiques evoluídos mais tarde pelos Suicide, Sigue Sigue Sputnik ou Spacemen 3... em 1968!
Troquei uma merda qualquer com o Camarada Fon Fon por este CD que reedita os dois discos dos anos 60 - Silver Apples (1968) e Contact (1969) - dos Silver Apples, uma dupla constítuida por um baterista e um vocalista toca um monstro electrónico que ele próprio construiu - o Simeon, que é feito de vários osciladores de rádio que emitem sons "espaciais" e "futuristas". Reparo para esta edição que no livrinho do CD mostra um esquema quer da bateria (enorme!) e quer do Simeon também ele enorme por causa da tecnologia primitiva da altura - aliás, tão primitivo que reza a lenda que deu cabo do quadro de electricidade da ZDB quando tocaram o ano passado.
Troquei uma merda qualquer com o Camarada Fon Fon por este CD que reedita os dois discos dos anos 60 - Silver Apples (1968) e Contact (1969) - dos Silver Apples, uma dupla constítuida por um baterista e um vocalista toca um monstro electrónico que ele próprio construiu - o Simeon, que é feito de vários osciladores de rádio que emitem sons "espaciais" e "futuristas". Reparo para esta edição que no livrinho do CD mostra um esquema quer da bateria (enorme!) e quer do Simeon também ele enorme por causa da tecnologia primitiva da altura - aliás, tão primitivo que reza a lenda que deu cabo do quadro de electricidade da ZDB quando tocaram o ano passado.
O som é algo realmente 60's mas com ideias tão avançadas que quase não notariamos por elas -até porque o que se continua a fazer nos dias de hoje são repetições dos anos 60, seja como for, e digo isto sem uma "daquelas pessoas" que escrevi anteriormente. Sobretudo as letras tem uma pitada Freak-Hippie de subúrbio, alguns sons psicadélicos também são datados q.b. mas há um "groove" que está para além dos anos 60, quase que "alien" e "rave". Um andamento orgánico não fosse toda a bateria e "electrónica" feita com músculos de humanos, ao contrário de que ouvimos hoje feito em loops perfeitinhos e limpinhos.
Ouvindo o CD que junta os dois discos não há um momento de divisão de qualidade ou de diferença de estilo entre os dois álbuns, excepto que no segundo os Silver Apples passam a usar também um banjo aqui e acolá como no tema Confusion - Confusão? O mundo nunca foi linear como se lê nos livros de História...
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