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Há quem diga que a música árabe só deve ser apreciada ao vivo. Talvez por isso muita dela editada em disco são gravações ao vivo. Topa-se a emoção e pujança de uma performance em directo dos deuses Om Kalsoum ou Farid Al-Trash com o público a arrotar postas de pescada, a puxar pelos artistas, a participar na catarse colectiva,... Mas também percebe-se isso em E.E.K. e o LP Live At The Cairo High Cinema Institute (Nashazphone; 2014), projecto de Islam Chipsy que toca sintetizador e de mais dois bateristas, embora a barulheira é tal que mal se ouve o público. O que se ouve é um power-trio (e que power, grande Alá!) que improvisa em palco arabic-punk! Punk que já não se vê no Ocidente, doideira a lembrar os ritmos "Electro" de Omar Souleyman ou Jibóia mas em orgia total de festa e improvisação que a gravação de 2011 capta numa perfeição "lo-fi".
Estes egípcios são loucos!
Por acaso, este sistema "festa ao vivo que se lixe tudo e todos" dá no que pensar quando se vê ao vivo os Flamingods (das realmente boas surpresas do Milhões 2014) e depois quando se ouve o seu LP Sun (Art Is Hard Records; 2013)... pois é, deviam era ter gravado ao vivo!
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