Há gajinhos espertos e o JAM ganhou esse estatuto com os seus Cadernos de Divulgação (CD), um verdadeiro pot-pourri de informação de como ele consumiu música, aprendeu a apreciar outro tipo de sons e passou a divulgá-los em rádios piratas - isto para já, considerando que a sua futura actividade profissional será de produtor electrónico e lojista. Dos finais dos anos 70 e em linha recta até aos dias de hoje quem sabe?), se estes CDs forem tão clínicos como têm sido nestes dois primeiros volumes só daqui a 10 é que estaremos em 2023! Mas é justamente o gozo de melómano de ter tanta efémera guardada, de fazer coleccionismo anal retentivo e afins que dá gozo a qualquer nostálgico/ melómano/ antropólogo (riscar o que não interessa) passar por estas folhas em riso com um bom sorriso - a impressão em risografia ou porque é chique ou apenas porque é a única impressão lowcost-DIY que permite ter uma textura que replica a velha fotocopiadora dos anos 80! Há descobertas fixes como Perennial Divide (pré-Meat Beat Manifesto), Princess Tinymeat (com um ex-Virgin Prunes) ou Poésie Noire como parvoíces como Bubblemen Rap (os Love & Rockets a divertirem-se? Que idiotas!), há listas de Top caseiros, há folhas dos programas de rádio, notas de imprensa, memorabilia de bandas, concertos ou discos e textos de reflexão como já pouca gente o faz nos dias de hoje porque já não há imprensa, livros sobre música sempre rarearam no mercado português e os sítios em linha são apenas miseráveis. Cá se espera por mais destes CDs de Marte, ó Major!
PS - sinto, modéstia à parte, que o livro dos 30/20 anos SPH/Thisco tenha sido inspiração prá feituras destes CDs, valeu!!
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