quarta-feira, 9 de abril de 2025

25

 

- Fabrice Neaud :  Le Dernier Sergent vol. 1 : Les Guerres Immobiles (Delcourt; 2023) + Nu-Men (Soleil; 2012-13)

- Anders Nilsen : Tongues #1-6 + Supplement #1 (Nomiracles; 2017-2024)

- Rudolfo : Fusão Dimensional : A Ascensão do Governo Sombra (Palpable Press)

- Sherill Tippins : Inside the Dream Palace - The life and Times of New York's Legendary Chelsea Hotel (Simon & Schuster; 2013)

- Shintaro Kago : Parasitic City #0, 1, 2 (Hollow Press; 2022-24)

- Joe Sacco : War on Gaza (Fantagraphics; 2024)

- Martin Dupont : Hot Paradox (Infrastition; 2011 - orig. 1987) + Just because... (Infrastition; 2011 - orig. 1984)

- DJ Balli : Scrap Vinyl (Vinilificio; 2024)

- Queimada + Spitgod (Vortex; 15.03)

- Marie-Claude Treilhou : Simone Barbes ou la Vertu (1980)

- Bies Podziemi : How to eat Christians without decreasing your I.Q. (Opuntia Bokks)

- Daniel Lukes & Stanimir Panayotov : Black Metal Rainbows (PM Press; 2023)

- Yoshiharu Tsuge : Oba Electroplating Factory (Drawn & Quarterly; 2024)

- Jessica Hausner : Clube Zero (2023) + Little Joe / A Flor da Felicidade (2019)

- Rodolfo Mariano : Questmaster (Ao Norte)

- Sidney Lumet : Serpico (1973)

- Roxy Music : For your Pleasure (Island; 1973)

- Stefan Golaszewski : Mariage / Casamento (2022)

- José Bártolo & Jorge Silva : Para ser eterno basta ser um livro - editorial e design do livro em Portugal no século XX (ESAD; 2024)

- Ilan Manouach : Tarwar (Echo Chamber)

- Joel & Ethan Cohen : A serious man / Um homem sério (2009)

- Henri-Georges Clouzot : Les Diaboliques (1955)

- Dillon Mapletof & Oliver Taylor : Everyone Else Burns (2023-24)

- Viljar Bøe : Good Boy (2022)

Geir Henning Hopland : Headhunters / Caça-Talentos (2022)

quinta-feira, 27 de março de 2025

Adalberto Alves : "Arabesco : da Música Árabe e da Música Portuguesa" (Assírio & Alvim; 1989)

 Há livros que nos mudam para sempre. Este simples ensaio sobre as possíveis ligações da música portuguesa com a árabe poderá ser visto como um livro para melómanos tarados ou algum musicólogo com tendências etnográficas. Certo certíssimo! Talvez até o seja embora como admita desde logo que é apenas um pequeno contributo para tal.

Eu cá não percebo nada de instrumentos nem de notas, pautas, etc... E o livro fala disso também. O mais importante nem é isso, é o fascinante explanar de que a cultura árabe sempre fez parte do ADN português - péssima altura para ser neonazi! - muito mais do que se pensava, ou pelo menos o que nos ensinaram na escola. Agora percebo porque somos como somos, realmente nada temos em comum com os babacas da Europa do Norte. A nossa relação com os Mouros não foi de porrada neles e pô-los fora da Península. Houve negócio, houve cortes misturadas, havia fascínio pela música e cultura árabe porque na altura a cultura árabe era superior, houve parcerias entre os dois povos (três se contarmos com os Judeus). Os árabes estiveram séculos na Península antes da "reconquista". Moravam cá, copulavam como qualquer outro mamífero, constituíram famílias e tudo o mais que é normal numa civilização colonial. Como só no século XX é que se inventaram aquelas ideias funcionais como campos de extermínio, a questão é: depois dos "Afonsinhos do Condado" terem conquistado este rectângulo para onde raios foram parar todos Mouros que viviam cá?

Integraram-se, cristianizaram-se quando havia maior pressão católica, e só muito mais tarde os que não conseguiram apagar o rasto religioso é que foram apagados pela barbárie da Inquisição. Ou seja houve desta gente até muito mais tarde do que foi considerado com a terra conquistada e com bandeirinha portuguesa espetada. Significa que o nosso espírito está mais no Magrebe que em Roma e que estamos mais virados para o Oriente do que prá Cruz! Não admira que passamos sempre tristonhos e no canto da "saudade" - deve ser saudades das Mil e Uma Noites que perdemos graças à tirania cristã e à sua falta de imaginação monoteísta.

No fundo sabemos que algo está mal na nosso modo de ser. Algo foi imposto, não é suposto sermos assim, cristãos! Bem, ninguém deveria ser cristão para dizer a verdade mas falando só de Portugal, o que acontece é que não nos damos bem com a batuta da civilização europeia - aliás, os europeus do Norte tem a mania de dizer que Portugal é onde começa África. Eles tem razão!!! Somos tão estúpidos como os cabo-verdianos (que acham que são europeus!) por não assumirmos o outro continente, o africano. Realmente num país que todos devem a todos, que passa a vida a tentar a dar voltas ao sistema, que gosta de receber, de conversar e de conviver, que é hospitaleiro e de vida despreocupada, não são características bem sintonizadas com os tecno-protestante do Norte. Sempre senti que "o meu coração era árabe", agora tenho a certeza.

PS - o texto foi escrito em 2011 e fui repescá-lo porque além de não sentir vergonha dele, aconteceu-me aquilo que acontece quando se fica "velho". Com 51 anos, em Dezembro do ano passado comprei uma nova edição deste livro, pela Althum em 2016. Ia jurar que já o tinha ou que já o tinha lido ou... enfim, memória o que andas a fazer!? Mal não fez até porque a edição da Assírio já estava bem estragada e com traços de humidade. E foi um prazer reler este livro, relembrar que a Amália ("voz de todos nós") Rodrigues admitia que "A Oum Kalsum foi a melhor cantora que ouvi até hoje..." e ir procurar a discografia recomendada por Alves. Agora, só falta descobrir o que fiz aos Cadernos de Divulgação que não os encontro em casa!

segunda-feira, 10 de março de 2025

Merda Frita 3

 

Graças ao José Feitor - então ao editor do fanzine Merda Frita Mensal - fiquei a saber do seu lançamento... enfim, putos!

Aqui está a mensagem: Fruto de sinergia marada entre decanos (Imprensa Canalha) e jovens militantes do mau gosto (Matilde Feitor e meliantes da Merda Frita), anuncia-se evento apocalíptico no dia 15 de Março, a partir das 18h30, nos novos aposentos da Oficina do Cego (Estrada de Chelas 101, Lisboa - Espaços da Gráfica Municipal).

Serão apresentados ao público incauto as seguintes pérolas:

Fosso #3 (José Feitor, Imprensa Canalha)

Merda Frita #3 (Merda Frita Lda)

Fora de Campo #2, Night Time, My Time, Contos do Mar (Bancarr0ta, Matilde Feitor)

Haverá ainda exposição de originais de José Feitor para o Fosso e impressão serigráfica dos postais que acompanham a edição.

Comes e bebes assegurados pela Oficina, conversa a expensas dos ilustres autores e seus convidados.

sexta-feira, 7 de março de 2025

Propaganda

 


Propaganda

de 

Joana Estrela

 

21º volume da Mercantologia, colecção dedicada à reedição de material perdido do mundo dos zines. Editado por Marcos Farrajota e publicado pela Associação Chili Com Carne no âmbito da comemoração da primeira edição desta obra, lançada originalmente pela Plana Press em 2014

A edição teve uma reedição pela autora, ambas redigidas em inglês. 

...

O design do livro foi replicado da edição original desenhada por Luís Camanho e Ana Isabel Carvalho.

CHEGARAM HOJE 500 exemplares!

Já se encontram na Kingpin e Snob...


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A melhor sinopse foi feita por ti, perto do fim do livro: a pessoa que
não sabe o que dizer tem uma t-shirt que diz por ela «I Survived Baltic
Pride 2013». Melhor para mim, então, que já não tenho de o resumir, até
porque um livro de 2014 reeditado em 2025 traz com ele mais história do
que apenas a do ano letivo de voluntariado na Lithuanian Gay League.

Do ativismo, como não raro de eventos culturais, só tende a ficar uma
vaga memória coletiva ou, pior, uma frase numa cronologia. Lembramo-nos
dos anos, das causas e das grandes conquistas, quando as há, mas não do
cartaz que desenhaste ou das reuniões noite dentro. A não ser, claro, na
história oral das pessoas envolvidas. Quantas feiras de livros e
exposições e ciclos de cinema e conversas e grupos mais ou menos
informais se vão fazendo e desfazendo ao longo dos anos, como uma linha
descontínua da energia que cada pessoa a cada momento conseguiu dar? É
que, como sublinhas aqui, a história do movimento é a história de quem
faz o movimento. E a história é lenta.

Quando voltas a Vilnius para apresentar o Propaganda, na sua versão
original em inglês pela Plana Press, fazem-te uma entrevista para o site
da LGL. Perguntam-te sobre literatura portuguesa e ativismo LGBTQ. Entre
outras coisas, respondes que «this is the first comic book that is more
specific on the subject to be published in Portugal». Uma década depois,
isto ainda é verdade.

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Bosta, Merdina e Moerdas: obrigado!

 


Incrível como uma música dos Mão Morta de 1992 nunca esteve tão actual:

https://www.rtp.pt/play/p14349/e824909/linha-da-frente


sábado, 22 de fevereiro de 2025

M.A.L.



M.A.L.

de 

Rodolfo Mariano

 

é o 20º volume da Mercantologia, colecção dedicada à reedição de material perdido no mundo dos fanzines.

M.A.L. é uma série de banda desenhada que foi desenvolvida durante o Verão de 2019 através de um exercício criativo de produção diário e respectiva publicação em lightninrods.tumblr.com. Entre 2019 e 2021 foram impressos três números da série em formato fanzine. Encontra-se aqui uma selecção das melhores bandas desenhadas da série.

Foram impressos 500 exemplares, 80p 16,5x23cm p/b, capa dura em geltex 

já está disponível na nossa loja em linha e na Almedina, BdMania, Cult, Kingpin, Linha de Sombra, Matéria Prima, Snob, SocorroSTET, Tigre de Papel, Tinta nos Nervos, Velhotes, Mundo Fantasma e ZDB. Brevemente na Eventual (Espanha).

 


 

Rodolfo Mariano é um dos artistas mais produtivos na actual BD portuguesa - quem desconfiar que pegue na máquina do tempo e vá visitar a suas exposições retrospectivas no Festival de Beja em 2022 ou a Horror Vacui - gastará menos gasosa espácio-temporal porque foi só em Fevereiro de 2024, ufa! Uma afirmação destas pode dizer nada ou tanto como o Maior Colecionador de Guitarras da Tâsmânia, claro, mas será cego quem não tem acompanhado o seu trabalho e reparado nos saltos qualitativos cada vez que aparece uma nova produção sua. E mais! Eis um autor que tem mil mundos lá dentro dele para nos contar "coisas". É raro ver um só indivíduo que desenha de puta madre e ainda tem "cenas" para dizer! Ainda por cima diz tanto numa única página!! Acreditem, amiguinhos da Chili, cada página de Maldito Aquele Lugar é um Haiku perfeito. Ou uma bomba de ansiedade. Ou um gatilho para um Fantasia. Ou um Sonho capturado de outro ser noutra dimensão. Ou... 

Para apaixonados da Krazy Kat, do Heavy Metal, da Interzona, dos Fofinhos da Mariana Pita, da vida pós-boémia e do Capeta. Nada dura para sempre.



Sinopse:  

Há um lugar no Necroverso onde o Tempo parece não avançar nem recuar. Entre a ascensão e a queda do Sarcoliberalismo Galáctico, a vida vivida aos soluços em retrospectiva parecia não ter sido assim tão má. Não fora essa mesma vida tão desesperantemente longa e desencantada pelos efeitos soporíferos de um feitiço despótico ritualizado em segredo pelos Necroeconomantes da Maldade Eterna ao longo de incontáveis eras. M.A.L. ou Maldito Aquele Lugar situa-se nas entrelinhas das histórias aos quadradinhos passadas na Terra Intermédia, território diegético entre os paraversos Cemitéria e Vomitória.




Rodolfo Mariano (1981; Coimbra) artista visual independente, músico de rua improvisador de paisagens montanhosas subaquáticas, contador de histórias estranhas em quadradinhos, criador editor de livros efémeros e entusiasta de pequenas movidas paralelas esquisitas. Autor de Bottoms Up, participante assíduo na revista Pentângulo e do jornal Carne para Canhão, professor ocasional na escola Ar.Co. e colaborador regular das antologias da Chili Com Carne. Vive e trabalha entre Lisboa e Coimbra ao leme do barco fantasma perpetuamente encalhado em terra de ninguém, o atelier ABRACADABRA.


 Livros disponíveis:

Bottoms Up (Chili Com Carne; 2020) - vendedor do concurso "Toma lá 500 paus e faz uma BD" 2020

(antologias:)

Conger Conger Comix (co-editado com Agenda Yuzin; 2022)

Massa Crítica (2024)

Pentângulo #2, 3, 4, 5 (co-editadas com escola Ar.Co.; 2018-2025)



HISTORIAL

Lançado oficialmente dia 22 de Fevereiro no Vortex, Lisboa com conversa com o autor e DJing com Eyes of Madness e Katyusha

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