segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

unDJ GoldenShower || COCOBRE-NUTS

It's a go! Grime-Metal 666 Voodoo BrainFuck na casa do Poeta.
#$%%&(()()=!&=?&$#$((/(“$#$$#$%&(/#!!#$&/==?%”#”RU/”!”$%$//()(=)=)=?=A passagem do ano + fodida da História:Abranches vs Farrajota [live acto]
GoldenShower [unDJ set]
Jucifer [unDJ set]
Dionísio strip-drunk-late-nite-show [infelizmente sem as gibóias gigantes]
fuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuck!!!!
#$%%&(()()=!&=?&$#$((/(“$#$$#$%&(/#!!#$&/==?%”#”RU/”!”$%$//()(=)=)=?=Reservas ligando para MF ou para RD.

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Antibalas "Security" (Anti- / Epitaph)
Battles "Mirrored' (Warp)
Chrome Hoof "Pre-Emptive False Repture" (Southern)
Dälek "Abandoned Language" (Ipecac)
v/a: "Portuguese Nuggets, vol.1" (Galo de Barcelos)

domingo, 30 de dezembro de 2007

E o melhor do ano é...



Chrome Hoof: "Pre-Emptive False Repture" (Southern / Sabotage; 2007)
A bastardice mais improvável de 2007 veio de Inglaterra e usou a máquina do tempo para sacar os ensinamentos dos anos 70 e dos príncipios dos anos 80. Estão a ver a No Wave a ser pegada por metaleiros? Imagem uns bárbaros do Black Metal a querer fazer Black Sound, man! Imaginem grunhos fascinados com Sun Ra, Funkadelic e Arthur Russell. ESG mas com a escola Black Sabbath. Headbangers que aprenderam a dançar? Uns Mr Bungle atrasados? Carnival in Coal da ilha?
Reza a Lenda da banda, que tudo começou com dois / três metaleiros, um deles guitarrista dos deuses stoner-doom Cathedral - banda liderada pelo Lee Dorian, o primeiro vocalista dos seminais Napalm Death, que aqui também dá uma perninha, ou melhor a voz na música Astral Suicide. Começaram a tocar Disco/Funk em festas - coisa estranha desde já! Depois foram chamando a malta ao ponto de já serem uma dúzia de "freaks" (palavras da banda!) todos vestidos em capuzes - a moda dos capuzes começou com os sunn0))) se bem se lembram - mas estes capuzes são brilhantes e celestiais - serão lantejoulas? - perto das orgias que eram as "arquestra" de Ra ou as de George Clinton. Diz também a Lenda que ao vivo aquilo é uma festa do caraças - e só poderia ser quando se tem uma secção inteira de metais, certo? Tanto fazem tournês com os Sunn0))) como com os Add N to X, o que mostra que os tipos dão para os dois lados. Em Portugal, país de homens com um "D" maiúsculo, esta merda nunca irá pegar!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Invisual #10 || RADIO ZERO

Sexta-Feira, às 20h: vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, a décima emissão do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
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Produzido por Rui Tomás e Marcos Farrajota, nesta décima edição sem a participação de Farrajota, começa com um robusto adeus à época natalícia da parte de Mr.Garrison, do elenco de South Park. Falamos de Southland Tales, uma história de Richard Kelly dividida em duas partes. A primeira em bd e a segunda no cinema. Apresentamos o distinto Chester Brown e cantamos os parabéns ao genial Dave McKean. Música a cargo de Pixies, David Bowie e Cocteau Twins.
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É repetido à Segunda-Feira pelas 11h30.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Invisual #9 || RADIO ZERO

Sexta-Feira, às 20h: vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, a nona emissão do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
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Produzido por Rui Tomás e Marcos Farrajota, o sétimo programa irá incidir no convidado especial, Alberto Corradi, autor italiano de bd (e editor!). E como sempre algumas novidades editoriais e algumas pérolas musicais ligadas à bd (ilustração e design): Thermidor, Melvins (e o zine alemão Lampe) e Subtle.
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É repetido à Segunda-Feira pelas 11h30.

Laica records

Como é normal, depois de mais uma edição da Feira Laica, cá venho despejar informação de discos adquiridos neste divertido evento que desta vez esteve no Porto.
Começo pelos LP's e pelo mais fácil de ouvir Encore Tijuana (Avenue; 1970) de Antonio Ricci Sound mas também o mais difícil de arranjar informação na 'net. O que posso dizer é que estamos perante mais um disco "easy-listening pseudo-mex" tal como o de Whipped Cream & Other Delights, são tão parecidos que começam com o mesmo tema: A taste of honey - e sinceramente creio que também partilham da mesmo modelo da capa - Dolores Erickson. Infelizmente não consegui arranjar uma imagem da capa mas não é nada de especial, é apenas um plano da cara da modelo que se topa a milhas de distância que é dos anos 60/70. A sinopse do disco revela tudo: «Following on the sucess of our previous Tijuana styled album [será por isso que na rodela o disco também está intitulado Tijuana III?], we are pleased to issue this futher selection, knowing that it will please many of you with its easy on the ear but very danceable sound» - certo e mais nada a declarar, excepto ainda que para ajudar à confusão, na contra-capa o nome Antonio passa para Antonino!
São bem fixes as sinopses na contra-capa dos discos, acho que até ajudam a perceber o que se está a comprar - como acontece com os livros - porque se perdeu essa tradição? Sempre escusava de comprar tanta porcaria, imaginem pegar num CD dos Slipknot e poder ler algo do tipo "Branded Nu-Metal band with black humorous lyrics and lots of druming enought to please any kid or older family member".

A seguir, os senhores Dschinghis Khan, grupo alemão xunga de meter medo a qualquer Power Ranger ou Spice Girl, e sim, só comprei por causa da capa e aspecto asqueroso da banda, em especial o tipo do bigode que parece que saiu de um museu da cera.
E a música? É Disco? Acertaram - um Disco sucesso Eurovisão de 1979 apesar das biografias dos membros do grupo tentarem nos enganar dizendo que os tipos tem currículo algo de Jazz, Rock e Pop. Mais? O som é algo histérico circense-russo tipo o Rasputin dos Boney M? Sim também acertaram! E ao contrário dos seus conterrâneos até cantavam em alemão e tudo. Porque raios guardo este LP? Meus caros, se vissem as imagens do interior (o grupo a cavalo) ou o enorme poster intacto (intacto!) que é oferecido nunca na vida quererão livrar-se de tal monstro Pop.
Sobre a música não há mais a dizer, fiquemos com as curiosidades do tipo dois dos tipos já morreram, um com SIDA - piada fácil mas... ei! mas depois de ouvir o disco inteiro só dá para escrever isto! Seja como for há mais malta a divertir-se à pala deles como uma banda de Metal Black Messiah que fez uma versão destes mongolitas.

Mudando de registo e passando para os CD's: The Band of Blacky Ranchette é mais um projecto do Howe Gelb e Still lookin' good to me (Thrill Jockey; 2003) é o quarto álbum numa carreira que começou em 1985. Alt.Country? Claro, som de cowboy moderno com profissão liberal do tipo um Designer com problemas amorosos numa viagem à terrinha ou de frente ao seu Mac num dia de inverno bem friorento a fazer um catálogo chato para uma empresa de cosmética. Com os suspeitos do costume da grande família Alt.Country como John Convertino, Joe Burns ou Kurt Wagner, ouve-se guitarradas tristonhas, banjos e steel-guitars melancólicas para qualquer alma sensível neste planeta. Mas o que gosto mesmo é de Slayer! Lá vou tentar despachar isto algures - talvez encontrem isto na próxima Laica!

Continuando com a calmaria acústica mas desta vez indo para discos de editoras que estavam representadas na Laica: Mudar de Bina (Bor Land; 2007) é a estreia de Norberto Lobo. Um disco instrumental (de guitarra acústica) calmo e agradável de se ouvir. Gravado num espírito lo-fi, ou seja em casa ou na rua, com uns retoques de estúdio / produção imperceptíveis. Os nomes de Carlos Paredes (a quem é dedicado e de quem Lobo faz uma versão, Mudar de vida) e John Fahey são imediatamente colocados ao dispor de quem quiser ler a nota de imprensa da própria editora deixando poucas dúvidas para quem quiser "pegar" no CD. A capa de João Abel Manta reforça as ideias de paralelismos e de homenagem a Paredes.
É um álbum de todas estações e é multifuncional, bom para estar no sofá a ler um livro com o gato no colo a exigir festinhas, ou para outras coisas que se possam lembrar - e melhor ainda, não irrita porque não é pretensioso nem pindérico (como aquelas chachadas de Munchen e In Her Space que Lobo fez/faz parte). Ainda assim, estarei a ficar kota!?

Por último, a estreia de Último com Notebook (Marvellous Tone; 2007) em plena euforia desta editora cheia de sangue na guelra. Mais uma edição linda e mais música electrónica estragada. Investindo em Glitch e Bytes tolos, a música de Último tem alguma funcionalidade de outrora mas entra também em semi-non-sense (os ritmos latinos da faixa Salsa Cocktail) que o podem levar a ser considerado "experimental" também. Som luminoso funcional versus som negro experimental? Parece ser a fórmula, talvez daí o rótulo "Braindance" que a editora esteja a reclamar? Braindance? Então onde anda o "brain" desta malta que não credita os ilustradores das capas nas suas próprias edições!? Não pode ser de vergonha, então é o quê!?

sábado, 15 de dezembro de 2007

Mata-Fados

A galeria Work&Shop vai mostrar o "Mistério da Cultura" em formato completo (com todos os trabalhos de todos os autores), de 15 de Dezembro até ao fim do ano... Fica a ilustrar esta notícia o scan de um original meu dedicado a esse grande disco da vida de muita boa gente, o famoso Rock Radioactivo dos Mata-Ratos!

lançamento de Ups! #4 || AUDITÓRIO DO PAÇO DA CULTURA DA GUARDA

Às 18h00, no Auditório do Paço da Cultura da Guarda : Apresentação e audição da banda sonora original criada como suporte áudio desta edição...

UPS! –nº4 depois do cozinhado anterior, devidamente embrulhado, esta edição contem um índice móvel ”fanaudio” suporte áudio original criado para cada um dos trabalhos editados que podes ouvir online, colagens aplicadas manualmente e a oferta de um agrafo suplente de garantia! Ups! Cuidado! Sucessível de ser ingerido. Não aconselhado a criancinhas!

Nesta edição colaboram e estão reunidos os trabalhos de bd's e ilustrações de Kim Prisu, José Vaz, Brown, ATR & João Louro, Pedro Zamith, Rui Sousa, Sílvia Neto, Daniel Moreira, Claudine, Nuno Martins, João Currais e Carlos Veloso. Escultura/fotografia de Daniel Gamelas, fotografia de Simone dos Prazeres, Tiago Rodrigues e Brígida Ribeiro. Continuam com a fiel colaboração dos textos Galo Porno e de Gabriel Godinho, e como estreia neste zine de tira humorística com três trabalhos da serie “Não tavas lá? Concertos em bd” por Marte e “Subúrbio” de Floreal Andrade, também pela primeira vez o Cartoon no Ups!, “Discrimina” e “Disco Heaven” de Luís Veloso. Os Musicos responsaveis pela sonoplastia são: Victor Afonso, Victor Gama, Ulrich Mitzlaff, Tiago Rodrigues, Push, Phantasma, Pedro Lucas, Pedro Almeida, Marcos Silva, Luís Andrade, Julieta Silva, João Louro, Gil Nave, Daniel Gamelas, Carlos Santos, Bruno Felício e Alberto Loops.

...mais tarde no Zincos Bar, NOITE UPS! com dj convidado e um“fanbolo”, o ultimo não come.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Invisual #8 || RADIO ZERO

Sexta-Feira, às 20h: vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, a oitava emissão do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
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Produzido por Rui Tomás e Marcos Farrajota, o oitavo programa irá incidir sobre a Feira Laica, o evento nacional mais importante relacionado com zines e edição independente - incluindo a edição musical.
O unDJ GoldenShower participará neste programa fazendo um especial "un-mega-mix" com músicas das edições da Marvellous Tone (sobretudo estas!), Thisco, Bor Land e Soopa - editoras de música que se espera encontrar nesta Feira - nomeadamente com músicas de Dino Felipe, shhh..., Tonkee mix Hhy, Most people have been trained to be bored, Acid da Semana, Mécanosphère, M-PeX e Lobster.
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É repetido à Segunda-Feira pelas 11h30.

Don't U funk with me!

Parliament: "The Clones of Dr. Funkenstein" (Poygram JP; 1990)
Parliament é um mito, tal como os Funkadelic - ver aqui e aqui, sff - duas bandas lideradas por George Clinton (o próximo artista negro que será reconhecido como ícone quando morrer, tal como aconteceu com o James Brown) e uma pandilha de outros "funkers" esgroviados: Maceo Parker, Botsy Collins, ... que nos anos 70 fizeram discos conceptuais (será abusivo meter o Sun Ra aqui?), concertos memoráveis e traçaram novas marcas musicais que mais tarde ainda seriam revistas pelo Hip Hop ou pelo Funk-Rock (Red Hot Chili Peppers).
Este álbum em especial (de 1976, editado originalmente pela Casablanca - não, não é aquela produtora angolana que andava praí a dar bocas aos fãs de 50 Cent e Sean Paul!) segundo a crítica é um álbum dócil, mais calmo que o habitual - aliás, sente-se mesmo que é música de ir ao cuzinho - devagarinho, com muito jeitinho... a secção de metais é o que mais impressiona neste disco, cheio de toques sensuais e movimentos sexuais. O espaço, para onde estes tipos se queriam propor a ir não é assim tão óbvio apesar dos sons de sintetizador dignos de um Buck Rogers - estas mesmas ideias que tem sido repetidas mais tarde por outras bandas como os Orgasmo. Não impressiona, infelizmente porque se sente muito o peso do tempo - ei! para mim Funk é Prince, Red Hot Chili Peppers, as formações do Afro-Beat do Ghana (ou os Anti-Balas) ou outras histerias rítmicas. Não estou muito virado para esta porno-funkaria - até porque já ouvi temas mais giros dos Parliament (e dos Funkadelic), enganei-me no álbum?
E por falar em Funk, dois enigmáticos singles dos anos 70 comprados ao desbarato em Feiras da Ladra e afins: Morning sky / Music for gon gon (Alvorada; 1976) dos portugueses Promotion Musical 6 e Procurando tu / Quero voltar p'ra Baía (Tecla / Cid; 197_) dos brasileiros Angelo António e a Turma da Pesada. Antes demais devo confessar que não consegui quase nenhuma informação sobre estes artistas na famosa Internet - pelos vistos ainda há alguma privacidade neste mundo. Percebi - quer dizer, ouvindo o disco também se percebe isso - que os "Promoção Musical 6" eram uma banda de baile e de casinos, e deviam ser assim meio frustrados porque o que os tipos deviam curtir mesmo era Prog Rock. Mas pronto deviam estar queimados pelo PREC e não pelos ácidos, como tal executam versões: o lado A de um holandês qualquer (Hans Bouwens, aliás George Barker) e o lado B, Music for Gon Gon que é na realidade Music for Gong Gong dos Osibisa, uma banda dos anos 70 entre o Rock Progressivo e a World Music (quando ainda não havia tal vergonhosa designação) - ok! é de Afro Beat. Bem, os "Promoção da Música Seis" no curso imparável da História ainda serviram para qualquer coisa, ou seja, para EU (complexo de Calvin) perceber que haviam uns gajos mesmo bons mas não eramo os "Promo Musical 666"! E claro, que uma capa marada com tão virtuoso "efeito especial 6" sempre fica bem na colecção de singles.
Outro mistério, é o Angelo António, não percebi se o tipo era actor de filmes pornográficos ou se era músico, ou até, se era as duas coisas, porque ainda havia as menininhas! Comprei o disco pela brilhante capa e grossa presença do bicho - e ao que parece o investimento já rendeu porque este disco é valioso, q.b, no mercado dos coleccionadores e outras aves raras. Ambos temas são versões adulteradas de clássicos brasileiros, digo eu, porque acho dificil engolir as risadas que se ouvem na gravação ou letras como «I don't want to stand here/I want to go back to Bahia». Funk-Soul-samba? Sei lá!? Na contra-capa uma publicidade a outros singles, está lá um dos Funkadelic, coincidência cósmica?

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Invisual #7 || RADIO ZERO

Sexta-Feira, às 20h: vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, a sétima emissão do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
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Produzido por Rui Tomás e Marcos Farrajota, o sétimo programa irá incidir sobre algumas novidades editoriais e algumas pérolas musicais ligadas à bd (ilustração e design): Orup (capa de Charles Burns), Eels (com trabalhos de Daniel Clowes e Seth - pode-se ouvir um depoimento deste último no programa) e Coex.
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É repetido à Segunda-Feira pelas 11h30.

Metalheadzzzzzzzzzzzz, horns up!

Foi na Shoppe Bizarre (uma loja de Metal) que comprei uns quatro CD's por tuta e meia - 3 euros cada! E que bombas metálicas! Começo pelos japoneses Transgressor e o seu único álbum (esquecendo demos, splits e EP's), Ether for Scapegoat (Cyber Music; 1992). Um disco de Death Metal poderoso como qualquer bom disco de Death deve ser. Os temas tem partes arrastadas a lembrar Doom Metal, as letras é aquela base de morbidez escatológica. Um disco "time machine" para quem gosta de sons mais brutais. Só uma questão, porque raios uma banda japonesa tem uma cruz invertida no logótipo? Serão de famílias que apanharam com o cristianismo levado pelos nossos missionários idiotas? Ou serão antes os Transgressor idiotas? Next!

Destructive Reality (Massacre; 1993) também é o único registo dos suiços Sickening Gore, uma máquina de destruição Death/Grind comparável a muitas outras bandas como Cannibal Corpse ou Deicide, ou seja, os clássicos do género. Em meia-hora arrasam com os ritmos e riffs da cena - não faltando solos estridentes de guitarra à Slayer. "Time machine" pra estes também, depois deste álbum não se sabe nada de interessante sobre a banda... é daquelas bandas "underground" que ficaram perdidos no avançar da História, aposto que os gajos já devem estar casados, com putos e dois cães e a consumirem horas e horas de TV pela noite fora enquanto lambuzam chocolate suiço, nham nham. Next!

Os Inner Thought são canadianos e é por isso que Worldly separation (Witchhunt; 1994) soa a estranho. Isto não é um comentário idiota de um norte-americano mas apenas uma constatação de factos, já repararam que as bandas canadianas tem um "jeitinho especial para os sons pesados"? Exemplos não faltam: NoMeansNo, D.O.A., Voivoid, Malhavoc, assim só de memória... E é o que acontece com este Inner Thought (quase todo o projecto é um "one-man-band", Bob Sadzak) que apesar de fazer Death não deixa de incluir algumas situações bizarras ao género como uma caixa de ritmos (hà umas bocas aos bateristas na ficha técnica do disco, é do mito Rock que todos os bateristas são imbecis...), vozes femininas virginais-operáticas (mais ligadas aos clichés do Goth Metal), sintetizadores ou samples de filmes, o suficiente para saltar da média Death, fazendo uma ligação fraca ao Industrial. Não que seja muito bom mas tem a sua ponta de interesse...

Por fim, o melhor do lote e por falar em Industrial... Asphyxia (We Bite Records; 1995) é o terceiro álbum dos ingleses Optimum Wound Profile. Banda que usa programações para ser rotulada de "Industrial"... bem, o mais estranho em relação a eles é que lembro-me de os ouvir à 15 anos num programa do António Sérgio - o homem voltou às lides da rádio! Está na Radar! I shit you not! Quer em relação ao António Sérgio quer ao facto de me lembrar de ouvir os Optimum à 15 anos... Lembro-me de uma música bizarra (prá altura) e de anotar algures o nome deles (ou até gravei esse tema numa k7!?) mas nunca encontrei os CD's deles nessa altura e depois claro, esqueci-me deles. O Rock pesado que fazem tem algo de Hardcore Industrial a lembrar os Ministry. Gravaram os primeiros álbuns prá grande Roadrunner e pelos vistos, em final da carreira (e sem o vocalista original Phil Vane) acabaram numa editora alemã semi-obscura. Os elementos da banda estiveram ligados a outras bandas como os Chocolate (o vocalista neste disco), Extreme Noise Terror e Napalm Death (o vocalista anterior). Não sei se este álbum seja um trabalho menor mas parece-me bom (ignorando as recordações da juventude) pela cacofonia acompanhada por uma aceleração ritmica. Um misto de Treponem Pal com Rudimentary Peni.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

DJ Balli: "In Skate Bored We Noize"

to be published

Virgin's planes are cooler to make a 11/9

passatempos com profundo respeito pelo seres vivos

storage.act-9.com/2005/0222/nanaca.htm

lewistrondheim.com/jeux/alieen.htm

pictogame.com/game.php?game=Lgyp3UauFtey

A evitar

Por mais que um gajo se esforce em não ver/ouvir/ter TV ou radio, de uma forma ou de outra temos de apanhar coma a ubiquidade da cultura Pop-Trash. Ora como sabem, agora tenho um programito na Rádio Zero - o Invisual - que não é directo. Foi num dia para gravar que alguém da equipa que disse para levar umas promos que tinham para lá. Claro que olhando para as capas e alguns nomes já sabia que estava a levar merda e da grossa, mas a "cavalo dado não se olha a dente" e um gajo ainda se pode rir ou descobrir algo de bom ou usar como matéria-prima certas sessões de un-DJing. Entre CD-singles promocionais [alto! são mesmo o nojo total: CD's só com uma, duas ou três músicas... destruir os ouvidos ainda aceito, agora lixar o planeta desta forma é que já é pornográfico! Não é de espantar que as editoras multinacionais estejam com medo da "pirataria". Espero que a queda seja enorme.] de R'n'B 'tuga (Gutto é o homem romântico que devia ter um ataque de diarreia mortal), Pop porreirita (Brand New Heavies com Nicole Russo), Pop ordinária (Lara Fabian... Quem!? uma espécie de Alanis Morrisette...) e os miméticos do costume (Micro Audio Waves), o único álbum que estava por lá era Insistir no zero (auto-edição + Raging Planet; 2007) dos Kizomba, ops!, digo Rizoma, uma banda de restos-mortais dos Toranga (outra falácia nacional) que não deveria ter sido da gaveta ou da garagem tal é a modorra total de um pseudo-psicadelismo lerdo que não chega a chupar a mama da Pop nem a lamber os tomates do Rock. «Eu vou contar até três/ desta vez/ já não posso ouvir lamentar o teu modo triste e fraco» (cantam em Contar até 10)... exactamente aquilo que sinto.
Mais coisinhas más, ou uma. Este fim-de-semana fui parar a Elvas, onde encontrei umas feira marada de antiguidades que também tinha alguns discos - muitos do Paco Bandeira, ironicamente ou talvez não. Bem, foi lá que comprei por 3€ um CD com uma capa desenhada pelo grande Charles Burns (um dos autores de bd mais imitado nos últimos 20 anos). Trata-se de Teddy (Warner; 1998) do sueco Orup, que nem sei o que vos diga... O tipo de "teddy" nada tem, não passa de um canastrão Pop sueco - que ao menos tem bom gosto, porque gosta do trabalho do Burns e pediu uma capa ao autor. De resto, para quem gosta do Festival da Eurovisão ou ainda o Toy numa língua imcomprensível este é o disco! Por falar nisso, numa escala portuguesa quando é que Marco Paulo pede uma capa ao Filipe Abranches?

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

J Riskit: "Liikaa"

Published in Free! Magazine (site)

Invisual #6 || RÁDIO ZERO

Sexta-Feira, às 20h: vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, a sexta emissão do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
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Produzido por Rui Tomás (que desta vez estava de viagem) e Marcos Farrajota, o sexto programa irá incidir sobre algumas novidades editoriais e algumas pérolas musicais ligadas à bd (ilustração e design): Estradasphere, Anthrax (com o clássico I am the Law dedicado ao Judge Dredd), Jon Spencer Blues Explosion (álbum Plastic Fang), Clã da Matarroa e ainda, Destroy Independent Music (sampler-CD da editora Temporary Residence, distribuido emPortugal pela Sabotage) com capa de Gerhardt Fuchs.
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É repetido à Segunda-Feira pelas 11h30.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Rui Eduardo Paes: "Ruínas : A música de arte no final do século" (Hugin; 1996)

Mais um! Lá consegui mais um livro do Rui Eduardo Paes (REP) - como sabem, ou deveriam saber, estes livros encontram-se perdidos ou esgotados porque a editora Hugin faliu à bela maneira portuguesa: desapareceram as pessoas responsáveis e, claro a mercadoria.
Este consegui na Valetim de Carvalho do Residence (creio, confundo sempre os nomes daqueles três mamarrachos do Saldanha, o que fazem três centro comerciais juntos?). O livro estava marcado a 17€ mas reclamei que o livro não estava em condições (não estava em Mint Condition, hehehe) e eles venderam-me a 10€. Espero que a VC não feche tão cedo e agonie mais um bom bocado porque quando os fachos da FuNAC monopolizarem o mercado, vai deixar de haver cenas destas!
Este é o primeiro livro de REP, e como se tornou tradição em livros futuros, compila uma série de artigos e entrevistas feitos originalmente para zines, revistas e jornais. Divide a "matéria-prima" em três capítulos: "Arte Bruta", "Tijolos para uma casa" e "O Palhaço Grock e outras histórias".
A primeira parte dedica-se mais às questões sobre o que é a música (ocidental) perante as lógicas civilizacionais de outros continentes e a descontrução da música no século XX. A segunda parte, como o título nos diz, são feitas reflexões sobre novos paradigmas da música como John Zorn, Anthony Braxton, os Futuristas, Z'ev, o descolar do mundo digital na música (estamos em 1996 mas o texto resiste ao tempo nem que seja como testemunho de algo que estava para explodir), a música vinda da Rússia ou do Japão ou os músicos que tem os pés quer no Rock quer no Improv (estrangeiros como Fred Frith, God is My Co-pilot ou portugueses como Manuel Mota). Por fim, o último capítulo aborda a música com o nariz metido noutras formas de expressão como o teatro (Kagel), artes plásticas ou a poesia (Kerouac).
Muito bom, como sempre. Só já falta ler/adquirir dois livros...

Descubra as 7 diferenças?

Clã da Matarroa: "Conversas de café" (Matarroa; 2007)

Pá, é um CD de HipHop matarroês. É fixe, é sobre as vantagens de um gajo passar o maior do tempo nos cafés, pá! O Clã da Matarroa? Sei lá, aquilo parece com MatoZoo... nem consigo perceber bem a diferença, tipo acho que os gajos são o Stray e o Paulo Leitão, os scratches são do Ovelha Negra (não o do Industrial, um outro...) mas depois 'tá lá o Martinez (o cabeça da Matarroa e dos MatoZoo) e Fidbek numas faixas e tudo parece ser igual aos MatoZoo... então porque raios têm dois nomes, caragu? É só prá complicar a cena toda, pá! Só pode ser. Até um dos temas é uma "terceira versão" de um tema dos MatoZoo - o Funk Matarroês. As letras apesar de serem uma ode ao mundo dos cafés, tem ligações óbvias cibernérticas & apocalípticas como os MatoZoo. O ecletismo coeso dos samples também lembra MatoZoo - incluíndo os loucos saxes de jazz. Caraças! Porque este não é o terceiro álbum dos MatoZoo? Sei lá...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Invisual #5 || RÁDIO ZERO

Sexta-Feira, às 20h: vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, a quuinta emissão do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
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Produzido por Rui Tomás e Marcos Farrajota, o quinto programa irá incidir sobre algumas novidades editoriais ligadas à bd como Lobster, Gorillaz, KMFDM (e o colaborador gráfico Brute) e Jon Spencer Blues Explotion, e ainda uma reprodução de um depoimento de Art Spiegelman (autor do Maus).
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Por ordem de motivos técnicos o programa não passou hoje (passou o anterior). Passará correctamente Segunda-Feira, às 11h30.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Malditos humanos

Mechanics: "Music for Anthropomorphics" (Monstro + Voodoo / Chili Com Carne; 2006)

A ideia de juntar dois produtos culturais num só projecto não é nova. Nem quando esses produtos são um livro de bd e um disco de rock - e como chama atenção as editoras envolvidas, juntar duas das formas culturais mais populares do século XX que são marginalizadas pela "Alta Cultura" que são a bd e o rock. O que é curioso nesta edição, foi o desenvolvimento do trabalho entre duas entidades sobre uma mesma raiz - ou será antes raízes? Os Mechanics fizeram uma base instrumental, o autor Fábio Zimbres (editor da extinta e para sempre memorável Animal) e criou conceitos, um universo para eles e depois cada um foi para o seu lado: Zimbres fez bd's (com títulos), os Mechanics criaram as letras (em inglês), títulos para as músicas (que não coincidem com os títulos das bd's!) e finalizaram as gravações.
O som dos Mechanics é um rock duro, sujo e potente a lembrar muita coisa boa dos anos 90, quando o "rock alternativo" era sónico e musculado e não uma paneleirada teenager Emocore como nos dias de hoje. Sente-se algum ambiente cinematográfico em alguns sons mais ambientais/experiementais, e algumas passagens lembram os Killing Joke - inclusive a voz. A maioria dos temas são curtos o que dá uma dinâmica muito forte ao álbum. Quanto às letras, bem... o melhor é ler as bd's mesmo.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Invisual #4 || RÁDIO ZERO

Sexta-Feira, às 20h: vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, a quarta emissão do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
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Produzido por Rui Tomás e Marcos Farrajota, o quarto programa, pela primeira vez, incide mais sobre as novidades editoriais: o livro+disco Music for Anthropomorphics de Fábio Zimbres e os Mechanics, El Bueno de Cuttlas de Calpurnio que inclui uma aventura com os Kraftwerk (imagem), o CD Places like this dos Architecture in Helsinki com capa desenhada por William Sweeney e sobre os Lobster.
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É repetido à Segunda-Feira pelas 11h30.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

DEA report 7

Estive no fim-de-semana em Madrid, e o amigo Karlos convidou-me para o programa Miscelánea que passa na rádio local Radio Utopia. Falámos de bd e de música - os nossos hermanos espanhóis também estão a ser enganados pela marca "Rock in Rio" - e passei alguma música, nomeadamente os melhores discos do ano, segundo a selecção do DJ GoldenShower - que pode ser consultada na barra direita. Gracias, coño!
De compras nada de especial a acrescentar, de Espanha nem bom vento nem bom casamento nem boa música como se bem sabe. Uma revista como a Zona de Obras ofereceu um CD de bandas espanholas e sul-americanas insípidas. Ao que parece o melhor da música castelhana passa pelo HipHop, e mesmo assim... ah! afinal não houve umas compras que me esqueci à editora Discos de Mierda, uma editora de vinis de 7" em edição limitada com embalagens tão idiotas como o conteúdo. Dois singles, um dos Hitler's Clones e outro dos Lentejas dos Miércoles, ambos emissores de Synth-punk mais poluento e ordinário. Assim tipo (e porque também são espanholitos) Grabba Grabba Tape mas pior...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Invisual #3 || RÁDIO ZERO

Sexta-Feira, às 20h: vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, a terceira emissão do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
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Produzido por Rui Tomás e Marcos Farrajota, o terceiro programa é dedicado à editora Grain of Sound - uma editora portuguesa de música que tem um cuidado muito especial com o grafismo das suas edições, como se pode observar pelas últimos discos editados.
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É repetido à Segunda-Feira pelas 11h30.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Rock da Pesada! E lerda!

v/a: "Workship the Riff" (Exile in Mainstream / Sabotage; 2007)

Este é o sampler-CD de uma editora alemã de "música da pesada" que serve de cartão de apresentação do seu catálogo. Estão aqui 12 bandas, 16 faixas, com temas retirados dos álbuns e alguns inéditos. Começa com os Dÿse, uma dupla holandesa de Rock pesadão a caminho do esquizofrénico por usar uns quantos bons truques de "beatbox", aliás, dão-nos a a sensação que vamos ouvir um disco de HipHop antes de partirem para a "barulheira Rock". Seguem-se os alemães Prog-Stoner Beehoover que já tinha escrito sobre eles no Underworld, aqui com um tema da sua demo e um novo tema do álbum de estreia - é também uma dupla mas menos convencional porque usam baixo e bateria. Os End of Level Boss com a faixa do álbum de 2004 (Prologue) mostram que até não maus, mucho stoner e isso... já Mr. Dinosaur is lost do álbum de 2007 parece que temos um maldito revial dos Alice in Chains - cheguem pra lá, bichos! E mais chato que os anteriores, são os Ostinato e os seu "post-metal" (o que raios quer isto dizer!?), ou seja aquela chachada psicadélica instrumental que tem estado muito em voga como os aclamados Iris ou Pelican, é mais uma banda para juntar à caderneta de cromos. A faixa do álbum Left too far behind (2004) até que é fixe.
Da cartilha Black Sabbath e Pentagram aparecem os The Hidden Hand e os Place of Skulls, bandas formadas pelos nomes fortes de Wino (St. Vitus) e Victor Griffin (que era dos Pentagram), respectivamente sendo que Wino fez parte dos Place of Skulls durante um período de tempo. Sem comentários sobre estes Real McCoys! Na continuação desta estética estão os alemães Voodooshock mas com vozinha fatela de virgem que nunca fumou um charro, entretanto os Beehoover fazem parte desta banda sem trazer mais-valia. Mais alemães: os energéticos Volt na linha de Melvins, rápidos, barulhentos, poderosos e orelhudos; chucrute vulgar são os Spitting Off Tall Buildings com um Rockito Poppy que poderia ser confundido pelos Guano Apes, só não digo pior deles porque a voz feminina veio alegrar este disco de gajos barbudos que berram muito. A Whisper in the Noise é um nome tão horroso tal como a sensibilidade space-rock/pop - é um som que está na moda naquilo que se chama "alternativo". São norte-americanos e foram produzidos pelo Steve Albini mas quem não é produzido pelo mestre nos dias que correm? Ah! Pois! Os "cuspidelas de edíficios altos" também o foram, esqueci de escrever... Os franceses We insist! também não aquece muito com declarações Emo mas deve-se dizer que apesar destes baixos a colectânea mantem-se sempre à tona da boa audição... até que na última faixa, uns tais de Beyond Vengeance, em menos de um minuto lixam tudo! O que é isto? Uma gravação ao vivo de uma banda Hardcore? Um tribalismo noise!? Bem, será o próximo lançamento da editora, para 2008... Promete!!!

Garry Shandling


Butthole Surfers: Pioughd + Windowermaker  (Latino Buggerveil / Sabotage; 2007)

Esta reedição do psicótico Pioughd (Rough Trade; 1991) e um EP (Touch&Go; 1989) só nos lembra que não foram os Flaming Lips, os primeiros Punks a tomarem ácidos. Também nos faz abrir os olhos o quão pouco divertida é esta onda de neo-folk e psicadelismo que anda por aí. Os Butthole eram todos pró-ácido mas sem contemplações filosóficas - aliás, como é possível fazer Yoga e outras tretas num mundo de plástico? Nesta idade de gelo a derreter, uma banda texana misturava humor negro, riffs Sabbathianos e uma voz de Pato Donald (No, I'm Iron Man), estupidez, sentido melódico, country infra-humano, feedback sónico (Something é parte versão de uma música de Jesus & Mary Chain), barulho concreto como sirenes de bombeiros ou buzinas de circo. Um caleidoscópio de escatologia musical de uma das melhores bandas de sempre. A reedição em CD é pobre no que diz a tratamento gráfico, infelizmente.

Zombie Blues Explosion

Jon Spencer Blues Explosion: "Jukebox Explosion" (In the Red / Sabotage; 2007)

Colectânea de singles raros, perdidos, esgotados e amaldiçoados daquela que é a maior máquina de Rock'n'Roll dos últimos anos. São 18 faixas e uma escondida (a gozar com o Tupac) em que a ordem começa pelos temas dos lados A dos discos vinis e os últimos temas são os lados B. Quase nunca os temas ultrapassam os dois minutos e meio de tão rápidos e furiosos que eles são. É um álbum para fãs completistas (dado adquirido) mas também é mais um grande álbum de Rock para qualquer um - Ei! Isso também não é um dado adquirido?
Afinal de contas quando na capa mostra o grupo a sair do solo tal como zombies (ilustração mesmo à EC Comics!) e a enterarem discos de Alice in Chains, Lemonheads, Hole, Pixies e outras paneleiradas dentro de uma campa, onde se lê "good riddance", o que mais se pode dizer? Eu dizer mal do Jon Spencer? Nem pensar, ainda levo com uma pázada do gajo!

Invisual #2 || RÁDIO ZERO

Sexta-Feira, às 20h: vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, a segunda emissão do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música
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Produzido por Rui Tomás e Marcos Farrajota, o segundo programa é dedicado à editora nortenha Lowfly - que deve ser a única editora portuguesa (e até do mundo) que é profundamente promíscua nisto da bd e da música. Quase sempre teve capas ilustradas e a bd aparecia aqui e acolá nas suas edições. Durante o programa é feita uma passagem pelas suas edições mais emblemáticas como Astro Girl (uma bd de Rui Ricardo, musicada pelos "índios" Sound Destructors) ou o caso inédito no mundo, a passagem de uma banda de uma série de bd para o mundo dos vivos, como foram as "garageiras" Garina Sem Vagina da série Superfuzz que gravaram no disco homónimo de 2005.
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É repetido à Segunda-Feira pelas 11h30.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Invisual #1 || RÁDIO ZERO

Sexta-Feira, às 20h: vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, a primeira emissão do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
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Produzido por Rui Tomás e Marcos Farrajota, o primeiro programa é dedicado ao zine suiço Milk+Wodka - inclui uma entrevista ao editor/autor Roman Maeder que esteve entre nós numa Feira Laica e as músicas ficam a cargo dos mil projectos e bandas do Herr Maeder.
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É repetido às Segundas-Feiras pelas 11h30.

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quinta-feira, 25 de outubro de 2007

CIA info 37.3

O jornal finlandês Free! Magazine para onde estava a colaborar acabou após 5 números mensais entre Janeiro e Maio. Para além de os turistas à Finlândia terem perdido um bom guia de cultura "suomi" também eu deixei de receber pelo trabalho de fazer críticas a discos no formato de tira de bd. O projecto irá continuar online bem como a minha participação como poderão ver pelo blogue interno: www.freemagazine.fi/content/blogcategory/93/228.
Kiitos por tudo - aliás, Gracias porque os editores são espanhóis!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Coldcut || CASINO ESTORIL / LISBOA

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Inédito

#13

HOJE: 22 de Outubro, é um dia que marca duas datas importantes, por um lado comemora 15 anos de existência do zine Mesinha de Cabeceira (MdC) e por outro 10 anos da publicação do número 13, a primeira edição da Associação Chili Com Carne. Estando em curso as comemorações da CCC e uma vez que a edição em papel encontra-se quase esgotada (só sobram pouco mais que sete exemplares), foi decidido criar uma versão em PDF que pode ser descarregada gratuitamente para que o seu conteúdo não desapareça da fraca memória nacional. Do que faz este número algo de tão extraordinário? De facto, as questões envolta da edição seriam solipsistas e pouco interessantes para o público, por isso, acreditamos que só há uma razão para o MdC ser importante: a bd sem título de 39 páginas da autoria de Nunsky.
O Nunsky, cujos dados biográficos não são significativos ou divulgados, foi um cometa na enfadonha bd portuguesa. Participou em vários números do MdC quando este ainda era um zine em fotocópias, sempre com bd's de temática Punk'n'Roll mas com um significativo virtuosismo gráfico ímpar. No "número 13", as influências de Charles Burns ou de Love & Rockets poderão ser óbvias, é certo, no entanto nunca foi feito um trabalho deste tipo, uma catarse de amor psycho-punk-goth, regada de referências de Série B. Uma estória de uma banda obscura cujo vocalista sofre de alcoolismo e obsessão psico-patológica por um amor impossível. Os ambientes de concertos suados, violentos e brutais, bem como da vida urbana são minuciosamente gritados acompanhados por uma bateria narrativa perfeita.
No meio da bd portuguesa, esta bd/edição foi perfeitamente ignorada pelos pretensos divulgadores e críticos. As únicas reacções (e muito positivas) vieram da imprensa musical: «fanzine de intenso punk meio gótico, revela uma coesão gráfica e narrativa acima do que nos habituámos a encontrar nestas publicações» in Blitz «com problemas psíquicos (Alien Sex Fiend). Altamente recomendável» in Underworld / Entulho Informativo.
Dez anos depois, ainda hoje em Portugal ninguém faz 39 páginas de bd mesmo como catarse.

ATENÇÃO: para conseguir fazer o download deste ficheiro terá de registar-se como cliente e acrescentar este artigo no seu carrinho de compras. Não irá ser cobrado nenhum valor por acrescentar este artigo nem precisa de comprar qualquer outro artigo.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Zona Dantesca


a exposição "Cartografia da BD europeia" no Museu Nacional de Ravenna, onde se encontrava as tiras "Não 'tavas lá!?" e "in DJ GoldenShower record collection"

Eu e Marcel Ruitjers, o tipo de "Trogloditas" (editado em Portugal pela Polvo)


Ravenna, cidade onde está enterrado o que sobra do Dante, depois de várias complicações com os ossos do dito cujo, ao que parece os amigos, inimigos e nazis andaram com as ossadas de um lado para o outro.

fotos por Signore Abranches

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Indie-hip-pop-rock

Subtle: "Yell&ice" (Lex / Ananana; 2007)

O pós-pós-momoderno é cácá uma cecena. Desdesde que a Anticon ... marado, comecei a escrever desta forma, com as sílabas repetidas, e um motor de busca foi-me dar este resultado http://www.www.anticon.com.com/ quando só escrevi "anticon", o que se passa com este computador!? E com o Universo!?... bem, concontinuando... desdesde que a Anticon apareceu no fifinal dos anosnos 90, que conconseguiu conconfundir o que era HipHop e o que era RoRock - na sua fafaceta post-post-Rock ou indiedie. Aindada por cicima, no casoso destes Subtle (memetade dos memmebros liligados a projecjectos Anticon) saem com esta de um álbum de reremistura do anteterior For Hero : For Fool (Lex; 2006) mismisturando refafazendo ou acrescentandotando letras das músicas desse álbumbum. Contam com as colacolaborações de maltata de TV on the Radio, Notwist, Fog, Hood, cLOUDDEAD e e Wolfparade para contitinuar as aventuturas do personagem Hour Hero Yes - personagem que tem serservido como conconceito para um cicloclo de edidições dos Subtle.
As mumudanças de ritmomomomomomo-o-o-o-o, texxxxxxxxturas, vooozes obrigam a reredifinir o que é esta múmúsica... A resposta é simples: POP. De bom gosgostoto e bembem feitata, sem que brar o que por exemploplo Why? ou outros "anticoners" já fifizeram anteriormentemente: boboas canções com bateteria, sampler, sintizazadores, guitarra, violino, electróninica... Na teoria deveveria saber como era o álbum anteanterior mas por talenlento própróprio, Yell&Ice é autótónomo o sufi

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

CIA info 47.0

Esqueci-me de vos avisar!

As tiras "in DJ Goldenshower record collection" vão estar expostas numa exposição colectiva intitulada "European Comics Cartography", no Museo Nazionale de Ravenna, inserida na 3ª edição do festival de "bd realista" Komikazen, organizado pelo pessoal da Inguine.

Participam nessa exposição também os portugueses Filipe Abranches, Janus e Marco Mendes.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Doppelgänger Shower

GoldenShowers há muitos! Este flyer foi-me entregue pelo camarada Granada não me lembra quando (2004?), e promove um Goldenshower de Aveiro. Quando soube disto eu já tinha assumido o unDJ GoldenShower como nome de combate para as sessões de unDJing. Mas ainda há mais, ainda este ano ouvi falar de outro GoldenShower em Lisboa... estará na hora de mudar? Ou mantenho até sermos muitos, todos os DJ's e unDJ's serem GoldenShowers!!!

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

CIA info 39.6

Boas novas por aqui: algumas das resenhas críticas a discos que são editadas neste blogue estão a ser publicadas no site da loja de música Ananana e na revista Elegy Ibérica a partir do número de Agosto que também edita o segundo capítulo da série de bd Psycho Whip desenhada por JCoelho.
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Sim, a imagem é uma vinheta da bd Psycho Whip... e sim aquele é o totó do Astarot que aparece neste segundo fragmento do PW, infelizmente reproduzido em formato mais reduzido não se sabe lá bem porquê.
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E finalmente vi a versão espanhola do primeiro episódio... para além de o texto parecer ridículo (culpa castelhana, sem dúvida!), a impressão da segunda página está mais cinzenta. Coño!
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ah! a Elegy desta vez oferece um livrinho para as críticas (onde estão alguns dos meus textos - um dos textos poderá a ser uma crónica permanente na revista) e dois CD-samplers, infelizmente não muito bons.

C.C.M.

v/a: "Porn to Rock : a collection of songs performed by stars of adult movies" (Normal; 1999)

Colectânea em vinil de músicas por actores de filmes pornográficos no que também tocam sem ser só nos genitais! Tão heterogênea como a pornografia, há aqui de tudo: Hetero Rock, Homo Punk, Bi Jazz, Inter Funk, Trans Techno, Afro HipHop, Oriental Calypso... Claro, o que à partida estariamos mais espera de músicas Techno xunga tal como abre o disco com Saboteur e Chloe Nichole que se vêem cheios de Acid e mil samples de filmes porno de Nichole e tendo como letra frases como «fuck me harder». E embora essa tendência se encontre mais prá frente com o Techno Gay de David Burrill e House Transsexual de Geoffrey Karen Dior com Stacey Q, o resto do álbum será variado e não muito doloroso de se ouvir, chegando até a ter faixas bem catitas.
Lado A, segunda tema fica a cargo de Vinnie Spit com a sua mulher Dominatrix Mistress Jacqueline e o tema Asshole man, uma divertida música Swing (hohohohohoho) deste senhor do porno S/M que toca 30 instrumentos (não dá para ler ou escrever isto sem pensar noutras coisas, não é?). Depois é Madison com um estranho tema psicadélico-étnico-Pop - será isto New Age Porn? Nada mau, diga-se! Marshall O Boy (um tipo com ligações ao David Bowie) e Johnny Toxic fecham respectivamente com Punk Pop e Punk Funk bem porreiros.
Lado B, Nina Whett (que belo nome!) vomita Drink beer and fuck, obviamente Fuck'n'Roll duvidoso - duvidoso é a tónica de todas as faixas do disco. Seja pelo HipHop de festa de Midori (uma actriz negra que aparece a fumar um grande charuto no interior da embalagem do disco) ou Jazzito da treta de Candye Kane com letras Pimba, digna de comparação de um certo "Mestre de CUlinária". A mais velha e uma verdadeira porn-star, é Ginger Lynn Allen, com um tema de 1985 no pior Rock FM/Air Metal/L.A. Rock, só o título diz tudo: Fantasy world. Nove anos depois Hyapatia Lee não aprende nada, repete a mesma xaropada mas com intenções mais politizadas, defendendo o prazer e fecha o disco mas antes ainda temos a Suzi Suzuki (Prémio Nome Mais Original para Artista de Qualquer Modalidade) canta o alegre Calypso Shower - não deveria ela querer antes cantar Golden Shower?
Porn to Rock é editado pela Normal, editora que pode ser associada a outras editoras alemãs como a Reportoire e a Trikont, que são peritas em (re)edições de material musical exótico - exótico significa tudo o que foge à "normalidade" do mundo Pop Imperialista. Só não se percebe porque raios a Tracy Lords não apareceu neste disco...

PS - gracias a lo señor Fom-Fom por este precioso regalo!

Cascais Submerso

Novas aquisições na lógica dos formatos rejeitados a preços baixos (vulgo, os vinis), desta vez uma colheita feita durante a Mostra Jovem 2007, na Baía de Cascais ao som de Hip Hop e não dos vulgares Delfins.
Assim a 2€ cada disco comprei alguns clássicos do Pop / Rock internacional, a saber Avalon (EMI-VC; 1982) dos Roxy Music e Computer World (Kling Klang / Warner / EMI-VC; 1981) dos Kraftwerk, Pop estilosa em bom estado de conservação, seja o objecto em si como a música, que não precisa de botox para se manter actual e sensual. Qualquer festa fim-de-verão ficaria bem servida só com estes dois discos, Avalon durante a tarde, Computer World durante a noite e Avalon outra vez para o fim da noite e da festa...

Mais clássicos: a famosa edição The Fabulous Marceneiro (EMI-VC; 1960) com textos bilingues português/inglês a explicar que o fadista vedou os olhos com o seu lenço dado o horror que sentiu ao ver tanta tecnologia no estúdio de gravação - realmente, como não podemos ser considerados como os africanos da Europa ao ler este isto? E ainda há estupores de nacionalistas, saudosistas e nazis que acham que Portugal antigamente é que era...

E por fim, admito que comprei o disco só pela capa, e creio que a reprodução aqui à vossa esquerda diz tudo: Whipped Cream & Other Delights (A&M; 1965) de Herb Alpert & the Tijuana Brass... Ok! Comprei também pelo conceito, não se riam, os títulos ou as músicas são todos ligados à comida! Que rica ideia, ah! Os anos 60 foram mesmo uma loucura! Curiosamente, Herb Alpert foi o fundador desta editora "indie" na altura, a A&M (A de Alpert, M de Moss, o outro sócio), "major" nos dias de hoje. O som desta Tijuana Brass pode ser classificado como "easy listening" e realmente é agradável como natas encima de uma... sobremesa. 
Ah! Pelos vistos há um álbum de remisturas deste LP, Whipped Cream & Other Delights Rewhipped (A&M; 2006) mas pela capa, não deve ser bom! Por fimdeixo com este delicioso vídeo-clipe.