Começo pelos últimos, e começo pelo mais bizarro que é The Wonder Boys e o EP Den Flygande Värmlänningen (Lystring; 2008). The Wonder Boys é o alter-ego de David Liljemark que ao que parece, é uma espécie de ícone da estética lo-fi sueca que tanto dá para o noise como para a Pop caseira. Aqui temos dúvidas se ouvimos os anões de David Lynch ou os mongoloídes do Reino (série de tv de Lars Von Trier). Uma intro e três versões de "música elitista sueca" disfiguradas do Hip Hop (Las Palmas), Pop vintage (Robert Broberg) e Noise-Rock (Brainbombs). O que vale é que ainda troquei com o David a antologia de bd From the shadow of the northern lights pelo glorioso Mutate & Survive, e este disco por uma colectânea parva de música portuguesa, espero que ele também sofra a ouvir aquilo...
De quem tenho MESMO que falar é do Melanie is Demented e o álbum de estreia Unleash destruction with precision in 1st person view mode (Wormfood; 2007), banda / projecto de um puto sueco. Só pelo CD dele valeu a pena ir a essa terra dos bimbos que é Estocolmo... imaginam Mr. Bungle em versão "bedroom punk"? Há partes da voz que lembra David Bowie tanto como outras lembra Butthole Surfers (do início), enquanto que a parte instrumental rockeira usa uma caixa de ritmos (que de vez enquando salta para o Hip Hop ou Drum'n'Bass) e guitarradas bastante variadas. As letras são cantadas em inglês e tratam de assuntos endérmicos de quem escolheu o Rock como expressão criativa - havendo uma série de bocas ao negócio fonográfico oua bandas atrasadas-mentais. Há uma voz feminina que vai aparecendo nas 20 músicas deste CD que aumenta a diversificação do som do projecto. História gira, na mesma manhã que percorria Estocolmo vi um autocolante de um gajo com ar estúpido com uma racha entre os dentes de meter inveja à Madonna (não resisti a digitalizar essa imagem). Por acaso não fixei o nome do sítio que fazia publicidade, pensei que era mais um designer armado em artista street... à tarde, o "Melanie" apareceu, apresentou-se, depois de comprar um Sourball Prodigy (bom gosto, hein!?), como músico sem guita que curtia trocar o CD dele por outro (dos [f.e.v.er.])... sinceramente, acho que fiquei a ganhar!
Comprei porque era barato - foi em segunda mão tal como foi Rebegin (Invisible; 1997) dos Tribes of Neurot, o projecto freak dos poderosos Neurosis que mete inveja a qualquer freak! Os Neurosis para além de serem a banda mais copiada pelo Metal nos últimos anos - chamam-lhe de "Post-Metal" a uma série de secas monumentais editadas por aí, inclusive pela própria editora dos Neurosis sabe-se lá porquê -, dizia, os Neurosis a dada altura começaram a desenvolver discos de música fora do formato Rock, mais "ambientais" e "experimentais". A esses discos criaram a identidade Tribes of Neurot em que existe uma assumida política de participações externas para criar outros sons - o projecto depois desenbocou pelos vistos na criação da editora com o mesmo nome. Este álbum, originalmente editado como dois EP's temos uma faixa de 20 minutos dedicada ao Sol e mais quatro faixas de 5m (em média) dedicadas aos Quatro Elementos (Terra, Ar, Fogo e Água). Não foge a um modelo de Dark Ambient / Industrial com os Loops & Drones, em que poderíamos comparar a Deutsch Nepal e afins, mas os Tribes of Neurot têm um espírito próprio que vale a pena continuar a ouvir, nas deambulações de precurssões tribais acompanhadas por intervenções Noise e samples ou efeitos electrónicos estranhos o suficiente para criar mundos. Vale a pena descobrir esta tribo...
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