Com um ano de diferença entre eles, eis dois livros que se complementam ou será o contrário? Ou não há relação possível?
A nível gráfico é nítido, o caos de Soopa (Soopa; 2011) era um assumir de uma estética do colectivo, quase uma declaração de intenções, um manifesto cacofónico impresso. Melhor ainda um mimo para quem gosta de livros... diferentes... ou até de músicas diferentes. Este novo título é um catálogo de eventos a decorrer na programação da Soopa para a Guimarães Capital da Cultura intitulada Sonores. Infelizmente mostra-se um livro pesado, institucional, luxuoso, limpinho e todos os defeitos que se quiserem apontar para os livros das instituições públicas (e privadas). É quase um novo-riquismo endérmico à portugalidade. Não que a Soopa não mereça o seu momento de "glória impressa", muito pelo contrário, e não quer dizer que o livro seja fútil - mais uma vez: muito pelo contrário. Só há aqui um primeiro choque de quem "os viu e quem os vê" pois é graficamente um objecto antagónico em relação ao primeiro livro do colectivo.
A nível de conteúdo complementam-se e até revela de forma mais clara as obsessões de Benjamin, Jonathan, Filipe & cia: a rádio enquanto shamã de fantasmas culturais e emissões obscuras; o Dub e o eco; o Amor, embora platónico, entre o foguete russo Sputnik e o Rei do Rock Elvis, que mesmo assim fecundaram a nossa cultura "trash"; o electro-paganismo; a mutação da tecnologia e do corpo humano musical;... temas recorrentes do colectivo Soopa, que são aqui mais bem arrumados para um público menos especializado.
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