Foi uma descoberta na Trem Azul... Outro livro de Jorge Lima Barreto (1949-2011) e desta vez com o selo da má-pagadora Tuga Land - antes conhecida por Corda Seca, também especialista em fugir aos créditos de ilustradores e autores de BD. A Tuga Land é conhecida, também, por fazer colecções de livros e CDs para jornais do tipo Pop Rock Português e BD Jazz mas não livros... Livros assim do tipo agrafados e poucas páginas. É um mistério mesmo, esta brochura saiu com algum jornal? Foi para as livrarias? Perdeu-se no meio de "bestsellers" - aqueles livros com mais de 500 páginas, com capas photoshopadas de anjos e conspirações maçónicas?
Não faço puto ideia, só sei que descobri isto a semana passada lá na Trem Azul e a edição já tem 5 anos de existência. São mini-ensaios sobre Jazz em jeito de telegrama onde se aprende mais sobre música que os livros de 500 páginas, sobretudo porque Barreto não se cinge apenas ao Jazz mas trata de todas as questões de pós-modernismo, multimedia e tecnologia. Apenas o último ensaio, Cognomes do Jazz, é um exercício de espetácularidade onanista para "nerds" do Jazz - em que Barreto separa os músicos de Jazz pelos seus nomes ou melhor as suas alcunhas que remetem para títulos nobiliárquicos (como Duke Ellington e Count Basie), os derivados do republicanismo (Prez, como era conhecido Lester Young), zoologismo (Gato Barbieri e Cat Anderson), botânica (Bean, isto é, Coleman Hawkins), toponímia (Philly Joe Jones), caracteriologia (Judge, como era apelidado Milt Hinton), religião (Turyaia - Alice Coltrane), familiarismo (Pops, i.e. Louis Armstrong), fisionomiologia (Fats Navarro), exotismo (Panama Francis) e tecnicismo (Joseph "tricky sam" Nanton)... Enfim, um gozo fútil bem enquadrado no selo em que foi publicado. Check it out!
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