domingo, 31 de dezembro de 2006
sábado, 30 de dezembro de 2006
CIA info 26.1
Mas o melhor estaria para vir... No meu turismo cultural a HELLsinquía, em Setembro deste ano, foi abordado por dois espanhóis residentes na capital finlandesa que me convidaram para participar numa nova revista que estavam a elaborar - uma daquelas revistas culturais gratuitas, em inglês... Falei-lhes de uma ideia que há muito queria concretizar, de uma série de tiras que fizessem resenhas críticas a discos - e pá! Eis a ideia concretizada já no número 0, um "contrato" para um ano e o trabalho é pago! Aliás, já tenho de fazer uma sobre o último álbum dos finlandeses Moonsorrow - pessoal que toca aquilo o que se chama de Viking Metal, imaginem lá a ironia! Nada mal para o "pior desenhador da Europa 0"... Kiitos!
sábado, 23 de dezembro de 2006
sexta-feira, 22 de dezembro de 2006
Quem ouve música também gosta de ler sobre música - IV
De resto, há bom grafismo e usa-se a ilustração como ferramenta util, há bons textos vindos dos restos mortais da redacção do antigo Blitz-quando-este-era-o-Blitz, há atenção ao que se passa por ai (espaços culturais, bandas, formatos editoriais, etc...) e de forma geral, existe boa comunicação (que é a simbiose de todos os elementos referidos).
É quinzenal e apanha-se gratuitamente nas FuNAC's (infelizmente), Trem Azul, Galeria ZDB, XM (Coimbra), Louie Louie (Porto) e mais NUM sítio ou dois.
Já tem UM sítio na 'net onde se pode consultar (quase) todos os números em formato PDF.
Parabéns!
PS
Entretanto, no último número (ainda não está online) dois artigos sobre os direitos conexos, o primeiro defendido por Miguel Guedes (da pior banda de sempre, os Blind Zero e membro da Direcção da Gestão de Direito dos Artistas) e o segundo que coloca em dúvida o que se pretende implantar escrito por Ricardo Salazar. E se no segundo caso, as questões são óbvias e concordo com elas, quanto às intenções do Guedes, penso que são preocupantes. Quer ele criar mais um monopólio nojento como a SPA através de uma brecha de mercado esquecida? Prepara-se para receber a reforma económica já que de uma banda azeiteira como os Blind Zero não se pode ganhar muito? Prepara-se para foder pela segunda vez* a música portuguesa? Cuidado com este Loverboyzeco, o menino vem do Direito (logo tem a cabeça atrofiada pela metafísica da Justiça), não é nada burro e pelos vistos não tem virtudes - ainda me pergunto porque raios o gajo esteve metido na revista Cânhamo...
*a primeira foi com os Blind Zero em que passaram o ser o paradigma da música portuguesa dos anos 90: só há banda se houver profissionalismo, inoquidade, imitação de moldes e boa produção.
OSAMAsecretLOVERS || ESPAÇO
- Pintura mural com Rosa Baptista + outros ilustradores
- banca de zines e edição independente da Chili Com Carne
- Festa com o colectivo unDJ’s OSAMAsecretLOVERS
Às 22h no Espaço - Centro de Desastres - entrada livre.
sábado, 9 de dezembro de 2006
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Troca de Discos com unDJ GoldenShower || ESPAÇO
-> última sessão da Troca de Discos no Espaço, a partir das 22h, com discos de B-52's, Keilerkopf, Eminem, Ronskibiitti, The Advantage, Die Haut, Kubik, Hugo Montenegro, Sun Dial, CD's de EBM, Drum'n'Ass, HipHop, World, Metal e ainda Chill Out entre tantas outras "belas" surpresas.
Entrada livre - mas tragam discos.
Regras da Festa neste link.
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
sábado, 2 de dezembro de 2006
domingo, 26 de novembro de 2006
Weird-Americana from Faro?
Mudo or Maria Like The Others (CD-R'06, Mini-Groovie / Groovie)
A Groovie Records, do camarada Mau Amor, abriu uma "sub-label" para editar CD-R's, a Mini-Groovie. Esta necessidade deveu-se ao facto de além da Groovie dedicar-se à edição de singles em vinil, de ter acedido a uma série de bandas/projectos com qualidade para editar em formato digital. E é o caso deste Mudo or (...), que apesar do nome parvito tem algo de bizarro como já não se ouvia numa banda portuguesa. As referências confluem ingenuamente para Tom Waits, Red Krayola, Arkron/Family, Jim White, Virgin Prunes e mais uma dúzia de coisas que andam pelo psic@cústico. É aqui que djambés, guitarras (acústicas e eléctricas), sons de telemóveis samplados se encontram em orgia "neo-indie-folk". Ao contrário do que acontece com a maior parte de bandas do género, esta não se deixa seduzir apenas pela questão melódica, arriscando em apontamentos dissonantes. E esse risco que é a sua mais-valia. 15 minutos é muito pouco mas já são a "descoberta nacional" do ano! Com este paleio hypesco e a escrever de uma banda com estas características, já pareço a Mondo Bizarre, ui-ui!
Qualidade numérica: 4,1/5 Objectivo pós-audição: guardar até aparecer o LP!!!
PS - entretanto, arranjaram-me o álbum completo dos Mudo (...) que mantem os pontos altos do "CD-R-EP" especialmente na excelente versão de "Hybrid moments" dos Misfits - muito melhor que a versão do mesmo tema na "recente" compilação "Portuguese Nightmare" pelos Octopus In The Fisherman's Style. Talvez seja estranho realçar uma versão como o ponto mais alto mas é o que acontece nos seus 35 minutos de duração do álbum, em parte isso acontece porque no "disco completo" os grunhidos & lenga-lengas infantis começam mais a enervar do que a "fascinar" - não é sempre assim com as crianças? A capa ficou pelas mãos da fotógrafa norueguesa Amina Bech. Não sei se esta auto-edição está a ser comercializada... [4; já não guardei o EP, apesar de preferir o grafismo do Mau Amor]
sábado, 25 de novembro de 2006
DEA report on "Mudo or Maria Like the Others || ESPAÇO"
Se a referência "weird americana" diz algo, parabéns! Que o rótulo bacoco sirva para atrair os fanáticos. Para os cépticos e ignorantes ponho a minha mão no fogo que não sairão indiferentes - já ando com um isqueiro no bolso, basta um dia comentarem, meus caros leitores, que (ou)viram Mudo e não gostaram que eu acendo a minha mão, juro! Certo...
Que a atitude Lo-Fi diletante seja aqui referida, bem como a voluptuosidade Free e virtuosismo técnico que num terreno pantanoso da música "intimista" facilmente poderia cair num pirosismo desagradável (de piroso a reparar é só a segunda parte do nome do projecto) ou num pretensiosismo rural como geralmente acontece por cá. Três elementos trocam de instrumentos - embora a Joana _____ mantem-se no orgão, o "Mudo" mais na guitarra e voz principal - e cantam (e gritam e fazem outros barulhos vocais) enquanto namoram o Blues, o Indie Rock, a Soul, o Jazz (que horror, tudo menos isso!) mas sem nunca se comprometerem-se demasiado. Não dão ar de virtuosos e até a música sabe a algo de simples e ligeiro mas como sabemos essa é marca de algo de bom: parece simples mas geralmente há uma complexidade escondida. Não é música para adormecer como acontece com a "música de almas sensíveis" - um dos momentos mais fortes foi uma música apenas com uma bateria (Punk? Hardcore?) e duas vozes. Freak? Ma non troppo!
As bandinhas boringland e os Dead Combo não merecem a atenção que tem por aí. O que ouvi hoje está a milhas de distância em originalidade, prazer acústico e sentimento. Obrigado!
Flyer do concerto realizado pelo camarada Escroque. Já pedi ao Marte para fazer uma tira de bd, vamos ver se ele se mexe!
sexta-feira, 24 de novembro de 2006
GoldenShower in Samizdata Club apresenta Industrial PT || ESPAÇO
Numa iniciativa Samizdata Club a Associação INDUSTRIAL PT apresenta-se pela primeira vez, numa festa/showcase de DJing de vários membros da comunidade bem como algumas participações especiais pt.core, synth-etics, connexion bizarre e OSAMAsecretLOVERS.
Line up (sujeito a alterações):
DJs
22h/22h30 — DJ Hex [industrialpt] — industrial/EBM/electro
22h30/23h — DJ Bak_teria [industrialpt] — industrial/EBM old school
23h/23h30 — unDJ GoldenShower [OsL] — industrial XXX23h30/00h — M. [connexion bizarre] — noise/power noise
00h/00h30 — DJ Tantz [synth-etics/industrialpt] — noise/power noise
00h30/01h — DJ Cryogenic [synth-etics/industrialpt] — noise/power noise/hardcore
01h/01h30 — Hefesto [pt.core] — hardcore/gabber
01h30/02h — Genius DJ [pt.core] — hardcore/gabber
02h/fim — M. [connexion bizarre] — ambient/industrial/chill out
VJs
22h/fim — VJ Myn [pt.core] — erotica
segunda-feira, 20 de novembro de 2006
Terre Thaemlitz: "Trans-Sister Radio"
published in Free! Magazine #0 (Finland) and also in Terre Thaemlitz site - he enjoyed it!
sábado, 18 de novembro de 2006
BD de Marte || Sonic Scope Quarterly
Neste número 8 irão encontrar trabalhos de gente como o Opuntia, Jucifer e Escroque com reproduções dos e-flyers para a Laica no Espaço) e do nosso camarada Marte, com as suas amaldiçoadas tiras de bd "Não 'tavas lá!?" e a recente nova série "na colecção de discos do unDJ GoldenShower" que está a ser publicada por enquanto neste blogue, e em breve a continuar na SSQ e numa revista finlandesa...
sexta-feira, 17 de novembro de 2006
OsL: Festa de comemoração de 1 ano, 1 mês e 2 duas || ESPAÇO
sábado, 11 de novembro de 2006
sábado, 4 de novembro de 2006
DEA report on "Troca de Discos com unDJ GoldenShower || ESPAÇO"
Ah! O Zé (do Espaço), também, trocou comigo as remisturas Trance dos Pink Floyd por uma treta arteíst-freak-cyber-subúrbio multimedia portuguesa chamada Ye77a ou 4 play (para dizer a verdade ainda não percebi o nome nem me parece que me vou dar ao trabalho de perceber).
O Gama trocou comigo CD's de Coltrane e Hancock - um álbum Disco-Xunga: Monster (Columbia; 1979) - para dar aquela pinta erudita (hehehe), uns "índios" franceses p-funk Sloy com o seu terceiro e derradeiro álbum Electrelite (Tubes / PIAS; 1998) que é conceptual sobre (e d)a punheta, um CD de remisturas aos U.N.K.L.E, Money Mark, Buffalo Daughter, Coldcut, Pastels, High Llamas e Salon Music pelo japonoca Cornelius [bem-bom! trata-se de CM (Matador; 1999)], duas antologias de Metal (*), uma brutal que fechou a noite entre os amigos a contarem histórias parvas sobre metálicos e sobre a província profunda.. E ainda um CD-promo de Blues e de várias etnologias manhosas e, por fim, dois CD's da On - lembram-se que vinham com o finado Independente e que se ouvia sempre publicidade encoberta (**) da TMN? Pois, estou farto de por sempre a mesma música há 3 meses que até por estes CD's de oferta troquei...
Mais más memórias, troquei com o sr. Lino o recente segundo número do Jazz Banda por um CD-R de Courtney Pine (livrei-me de outra seca, ufa!) e é nesta altura que me lembro porque raios se insiste em colar o Jazz à bd? Não sei qual é a vantagem em associar esta forma musical caquéctica a essa forma de arte superior que é a bd - só pode ser um esquema comercial (A pior banda do mundo do puritano José Carlos Fernandes, a colecção BD Jazz da Nocturne) porque num país de atrasados mentais como o nosso, dizer que se gosta de Jazz é mesmo mutcho-cool . Eu duvido que o Pepedelrey ou o JCoelho oiçam djazz mas enfim, deve ser pró style, topas? A bd mais fixe é do Pedro Nogueira (que usa dois textos em simultâneo) e o pior do zine são os textos: a entrevista semi-babante à monga da Ana Bacalhau (sim é o nome verdadeiro da vocalista dos execráveis Lupanar e Tricotismo) ou ainda o artigo ditado-da-escolinha sobre os instrumentos do Jazz - nem quero referir o arranjo gráfico desses textos, por favor, voltem a fazer zines com tesoura e cola!
Ah! A exposição Grandes Desastres Históricos: uma antologia não é tão boa como a que esteve anteriormente (ver a programação da Laica no Espaço) e a pintura mural de Jucifer está fixi! Dia 7 de Dezembro haverá mais uma sessão de Troca de Discos e depois lá virá um pequeno descanso para mim... ooooooooooooooh!
(*) A Fear Candy 06: The unsigned edition (da revista Terrorizer; 2004) é mais eclética e destaco os mais originais e brutais, I-Remain, uma espécie de Industrial-Metal com Scratch.
(**) que devia violar uma ou duas leis das regras da publicidade, de certeza...
domingo, 29 de outubro de 2006
Urbana paranoja
v/a: "Crna tacka" (Urbaniturbani?; 2006?)
O camarada Zograf voltou à Porcalhota e não se esqueceu de mim mais uma vez. O ano passado trouxe os By-Pass, este ano trouxe-me esta colectânea de bandas sérvias onde vale tudo: Rock, HipHop, Indie, Pop, Electrónica, Reggae, Punk... São 24 projectos com nomes difíceis de pronunciar (como os interessantes Rock-noisers Klopka za Pionira) ou idiotas como Fancy Frogs - banda com laivos de Rock Gótico, a única banda que não recomendo e que infelizmente abrem a colectânea. Há também uns punkers Stuka para mais uma coincidência de nomes entre bandas portuguesas e sérvias...
A produção e gravação não são más e tirando as rãs elegantes, não há bandas que envergonhem... Mentira! Há ainda uma banda de Nu-Metal com letras em inglês com aquele sotaque dos balcãs até ao tutano que quase me esquecia deles, são os O-Pozition (ohohohohoh).
As bandas parecem ter pica suficiente à sua maneira e soam bem até porque não se percebe o que dizem - nada pior do que perceber as letras de uma banda quando são más. Destaco os Weird Cop com uma divertida canção Electro-porco intitulada Blowjob Queen («I want to kiss the Blowjob Queen, kisss kisssssssss kissssssss kisssssssss») seguido da foleirada de k7 de feira dos Elektrolasta que se assumem quase um turbo-folk que deverá fazer algum feror na festinha da aldeia onde os beberolas partem garrafas na cabeça. O HipHop sombrio dos Tetrade em sérvio deve ter muito que se lhe diga mas não há muito que eu possa comentar - paciência, novamente, se as letras forem uma merda mais vale nem saber que são.
Faz confusão os ritmos jamaicanos dos Marron e Zontag com aquelas línguas, fica "duplamente exótico" embora não haja aqui grandes espantos porque na grande aldeia global tudo soa quase ao mesmo.
Uma boa mostra do que se passa para além da Europa Ocidental.
Qualidade numérica: 3,7/5 Objectivo pós-audição: fica na colecção até ir aos balcãs encontrar melhor...
domingo, 22 de outubro de 2006
On the count of ten, you will be in Europa
Flat Earth Society: "Trap" (Zonk / Sabotage; 2002)
Kaada: "Music for Moviebikers" (Ipecac / Sabotage; 2006)
Duvido que esta sociedade seja quadrada como a outra embora a ideia de uma big band seja coisa do passado. FES é um grupo belga da parte flamenga que explode de som pelos poros, tantos danos deve ter feito ao vivo (conta a lenda) que convenceu o Mike Patton a editar um "best of" dos seus 4 álbuns esquecidos na Europa, Isms (Ipecac; 2004) - embora deva admitir que esta banda fizesse mais sentido na Web of Mimicry... Em esquizofrenia e energia (zappaniana, bungleana, pattoniana?) há aqui um bocadinho de tudo para todos os gostos: swing, free, mambo, cabaret fumarento da 2ªGG, cha-cha-cha, lounge mais qualquer coisa embrulhado no respeitável formato do Jazz. Nada de electrónicas e afins, a atitude é mais do tipo, ou sabes tocar ou vais para casa... [4; podia ser melhor se não tivesse a voz da gaja - que mania de por sopeiras a cantarem nos combos de Jazz]
...
“I wanted to find a title that described the fact that this was cinematic music. The alternatives were Music for an Imaginary Film, which was too cliché, Accompaniment to a Cinematographic Scene sounded too pompous and another idea was Fake Film, Real Music, which sounded stupid. Music for Moviebikers was a good fit.” - Kaada
Conhecido pelas bandas sonoras de filmes na sua terra-natal, a Noruega, Kaada foi dado a conhecer ao mundo via Mike Patton e a sua Ipecac em Thank You for Giving Me Your Valuable Time (Ipecac; 2003), uma "vintage sample extravanganza" bastante viciante e refrescante, um dos melhores álbuns de 2003! Uma via que foi desviada no álbum seguinte com Patton, Romances (Ipecac; 2004) e que agora foi cimentada com estas "falsas bandas sonoras", em que os samples também são abandonados por uma verdadeira orquestra de instrumentos de cordas, sopro ou outros instrumentos como o saltério ou o dulcitone, onde há coros, assobios, recitais. A música é composta por Kaada mas executada por 22 elementos e dirigida por um maestro - Baldakhin. As coordenadas sonoras são dadas por Tom Waits, Yann Tiersen, Ry Cooder, Ennio Morricone e outros que não me lembra agora, sem nunca se chegar a momentos épicos ou estridentes. Todo o percurso deste "filme" é realmente feito de bicicleta pelo campo com chuvinha a tombar incessantemente. Estamos no fim do verão no norte da Europa e a caminho do doloroso Inverno.
Cheira, de facto, a filminho europeu subsidiado pelo Estado para só meia dúzia de almas sensíves verem. Não que eu seja contra, não que eu ache mau o "filme". Só tenho pena é que raro, na Europa destruída pelo betão e neo-liberalismo, encontrar um campo para passear de bicicleta à chuva miudinha, ou pior, que se encontre tempo para poder fazer isso. Talvez uns jovens universitários possam fazê-lo, escapando às aulas inúteis. Que efeito inverso que esta música bonita me faz! [4; para o ano escuto outra vez, por que raios a embalagem teria de ser tão sui generis]
sábado, 21 de outubro de 2006
Fotos de Satélite sobre a inauguração da Laica no Espaço
sexta-feira, 20 de outubro de 2006
Vómito negro
Nigga Poison: "Resistentes" (Very Deep / Som Livre; 2006)
Foi a faixa destes niggas na colectânea Poesia Urbana (Horizontal; 2004) que me fizeram comprar o álbum de estreia - apesar de já conhecer o CD-EP Podia Ser «Mi» (edição de autor; 2001). Na colectânea, o seu tema metia as outras 12 participações num canto, tal era a misturada hiper-energética de HipHop, Ragga, Kuduro, quase a roçar para um Punk Digital - cena marada mesmo! No furor dessa descoberta atirei-me a estes Resistentes sem pensar... e... desilusão! Problema nº1, antes demais parece uma caderneta de cromos invés de um álbum: há HipHop francês, há Reggae, há Dancehall, há R'N'B, há HipHop (claro, é uma banda de HipHop) ora old school ora new school... Ou melhor: há uma faixa de HipHop francês (Julgado pela aparência), há uma ou duas de Reggae (Fazes parte deste mundo com uma participação dos nojentos Terrakota), há uma de R'n'B (a pior do disco: Onde é que estas?), há uma faixa de HipHop a lembrar a barulheira dos Public Enemy (Alas ta ben, o melhor do disco?), há uma faixa de Kuduro (Yes man - esta é que é a melhor do disco mas longe da tal da Poesia Urbana, infelizmente esta é mais básica), etc... ou seja, a lógica é de ir a todas sem arriscar fundir os géneros - como fizeram, novamente, na tal música da Poesia Urbana - e por isso sem inovar um milímetro. O álbum é mau por isso? Não, há obviamente música boa e bem produzida, cantada/rapada em crioulo (efeito porreiro de se ouvir em qualquer receptor de lusofonia) como também há momentos para esquecer para sempre. O que não se percebe é como não há um direcção, uma ideia para não serem mais uns no meio da música portuguesa. Numa altura que Buraka Som Sistema provou - finalmente! - que há um nicho de mercado para música africana ou luso-africana, é estranho os Nigga virarem-se para o Reggae (que já deve ter os seus dias contados enquanto moda) ou para a "MTV".
Como o camarada Seringa uma vez escreveu, em Portugal quando saí um disco de um som que tenha estado na moda vêm sempre com 5 anos de atraso e geralmente é uma merda. Acho que Portugal já diminuiu esse parâmetro para 2 anos e já não é uma merda total. Mais uma geração e pode ser que a música feita neste país de coninhas seja qualquer coisa de jeito. Até lá ouvimos na faixa A Nós é real alguém a perguntar aos Nigga Poison «agora vocês andam a cantar comercial»... pois...
quinta-feira, 19 de outubro de 2006
Por um punhado de selos
v/a: "Movimentos perpétuos : música para Carlos Paredes" (Universal; 2003)
É raro, mas mesmo raro, um artista popular português ainda estar vivo e receber uma homenagem em Portugal. Em 2003 fizeram-se uma série de iniciativas para homenagear Carlos Paredes, sob o nome Movimentos Perpétuos - título emprestado ao segundo álbum de estúdio do guitarrista, Movimento Perpétuo (Columbia, 1971) - mesmo a tempo de reconhecer de vez a importância deste músico (*). Uma das muitas iniciativas foi este disco-duplo de homenagem com 20 temas de Paredes revistos por outros 20 artistas seleccionados por Henrique Amaro da Antena 3.
O produto é bem executado, bem gravado e inteligente pelos vários cruzamentos de gerações e abordagens musicais: HipHop, Electrónica, Jazz, música de câmara... infelizmente não consigo deixar de achar que muitas das abordagens são limitadas e sem grandes riscos. Tudo é melancólico - apanágio idiota de ser português e da guitarra portuguesa - em que se salva o Ensemble J.E.R. (creditado como José Eduardo Rocha) e os Gaiteiros de Lisboa - curiosamente separados por serem os últimos do alinhamento do primeiro disco e os primeiros da segunda rodela - cujo uso de instrumentos pouco convencionais provocam aquela excelente reacção de aversão-que-se-estranha-e-logo-entranha-se. De resto, é impossível achar alguma ponta de interesse às "soundtracks" pirosas de Rodrigo Leão, aos cosmopolitismos fanhosos das Mísias, a grande treta western-sparghetti dos Dead Combo (ainda não tinham gravado os álbuns e já tinham cunha para homenagear os grandes), os arfares símios de Maria João, as mudanças mal-executadas de Lupanar (se não têm unhas para tocar o que pretendem, então vão aprender seus porkos!), ... no geral quase se cria um clima de beleza artificial para inglês ver - por acaso o HipHop e Electrónica de Sam the Kid, Bullet e Shelter Av. safam-se mais do que possam parecer à primeira audição. Maldita melancolia e saudade! Se é para assim prefiro não ser português! Então porque raios faço eu com um disco destes? Bem, a história até tem a sua piada, troquei com um tipo que conheci pela 'net que queria comprar selos. Lembrei-me que tinha uma colecção quando era puto e como estava a "apodrecer" decidi despachá-la para esse tipo - só fiquei com os selos do Zaire (onde passei parte da infância), mais um da URSS (fabuloso selo vermelhão com dois astronautas!), alguns de Portugal, um de Itália e de Espanha porque estes selos fazem parte do meu ADN visual-emocional. Em troca de cerca de 300 selos recebi isto...
(*) passados 3 anos, o site www.movimentosperpetuos.com já foi à vida, curiosamente e infelizmente...
Qualidade numérica: 3,8/5 Objectivo pós-audição: trocar por moedas nazis?
unDJ GoldenShower || Laica no ESPAÇO
Banca de zines e edição independente da Chili Com Carne
Pintura mural com José Feitor
unDJ GoldenShower
Inauguração às 19h.
Entrada livre.
domingo, 15 de outubro de 2006
Ghana Soundz 2
publicada na revista pdf Sonic Scope Quarterly (Grain of Sound; Nov'06) e I know Mohammed is u're bitch one-nite-zine (An Others Thinking Productions; Dez'06)
sexta-feira, 13 de outubro de 2006
quinta-feira, 12 de outubro de 2006
sexta-feira, 6 de outubro de 2006
DEA report on "Troca de Discos com unDJ GoldenShower || ESPAÇO"
Ontem, lá foi mais uma sessão de Troca de Discos no Espaço... Correu bem, misturas bem sucedidas apesar do equipamento continuar a ser uma manhosice. Apareceram menos pessoas - embora já haja habituées - o que quer dizer a dada altura os discos começaram a escassear.
Passei discos de Residents, Merzbow com World Music do piorio, B-52's, Keilerkopf, Flugschädel, Tore H. Boe & Anla Courtis, Eminem, Die Haut, Acid da semana, Ltd Noise, Carnival in Coal, Hugo Montenegro, Nigga Poison (um sucesso!), Sun Dial, de EBM xungão, a colectânea Drum'n'Ass misturada com End, Electro, o Acid Jazz chato de Courtney Pine com o Noise de DSM666... Uma miscelânea que resulta de forma inesperada.
O disco dos The Advantage voltou à base - que tinha trocado na outra sessão pelos Therapy? - e troquei, em absoluto desesperado de não ter mais discos, muitos discos de Chill Out (um nodjo New Age o Woob2 "4495" (em:t; 1995) ou um disco de remisturas Trance dos Pink Floyd) e de Metal - o título da colectânea Metal Ostentation I (Sound Riot; 2000) revela bem o desespero... «Ostentation»? «Ostentation»? Não pode ser... - de Celestial Season (Soft Doom à My Dying Bride) e Edge of Sanity (Death). Tirando o "Poison pen" (Música Alternativa; 2002) dos norte-americanos The Nerve Meter, que me impingiram como Rock Gótico, que na realidade está no cruzamento Nick Cave, Tom Waits, David Bowie e Tindersticks, foi um belo monte de banhadas que apanhei nesta sessão. Muito obrigado, sr. Gama! ;)
Até dia 2 de Novembro...
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Asia dumping
A primeira, Essential Asian Flavas - The Future Cutz (Outcaste; 2003), tem como conceito o alerta da recente revisitação da música indiana Bhangra por produtores modernos de música electrónica funcional. Em 2003 foi uma moda a música indiana (tradicional ou de Bollywood) aliada à electrónica e "urban music" (conceito imbecil de chamar à música de dança ou ligada à essência negra norte-americana: Soul, R'n'B, HipHop, Ragga, etc...) mas que teve pouca dura enquanto moda - como qualquer moda diga-se. Na verdade as mestiçagens "Pop-Etno-Techno" ainda estão todas para descobrir pelo mundo fora a julgar pelas recentes excitações da Favela Funk ou do Kuduru - como se costuma dizer, os pobres dançam melhor! Tirando a remistura do execrável Craig David, na totalidade existe um bom gosto no disco não esquecendo que este é um disco de "moda", ou seja, tem um travo a futilidade e superficialidade. Há na essência moldes Hip Hop e Drum'n'Bass a serem usados sem nunca ter resultados extravagantes, tal como o pioneiro desta escola chic-freak Nitin Sawhney nunca conseguiu ultrapassar a mediocridade - ou tal como o recente disco Riyaz que ficou pelo caminho. Nada de horripilante - tirando a faixa de Craig David - sendo o melhor do CD, a faixa Taakre de Tigerstyle com Bikram Singh: há um tipo a rapar sabe-se lá o quê em indiano, há ritmo HipHop aliado à percursão indiana, bem como se ouve tiros e explosões... gangsta-punjabi-style? Mee like! [3,4; Taakre fará sucesso na Troca de Discos! ]
Yellow Peril (Deas Blind Dumb School; 2003) são dois CD's. O plimeilo são cantos tladicionais mongóis e o segundo são as lemisturas Digital Haldcole (do plimeilo?). Qual deles é que assusta mais? O plimeilo talvez pelo hollol que é ouvil este étnico vocal plimitivo e dulo... o que calalho estalão eles pala ali a gemel? Selá sobre o Genghis Khan? Sobre o tellor que é assitil a uma sessão do Paltido Comunista? Talvez um musicólogo ou qualquel fleak da wolld music deve achal muita glaça a estes cinquenta e tlês minutos de oh-oh-ah-a-a-a-a-a-a, pala mim é agonia pula. Venha o segundo CD... que é outlo tellol mas mais ambientado ao século XXI: Bleackcole (Bokusatsu Shoujo koubou, Panda Twin, DopeCoala), Dub Industlial (mizobolg, 貞治一改, Tang Yi-Hu), Noise (豐, 烏爾善 張陽), Teknoise (Dead J, dolly a.k.a. method0013, B6), Japanoise (Koji Kanaya), electlónica extlema, poltanto... mistulada de plodutoles chineses, japoneses e ali da álea a pegalem na matélia-plima do plimeilo disco para melholal aquilo. Dance as fuck! [2,5+4=6,5 6,5/2=3,25; o 2º CD é pelfeito pala festas balulhentas!]
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Finland non-stop
Mais uma vez é referido desde início o famoso Tango finlandês, que em 2004 (numa primeira visita ao país) tinha-me passado ao lado. Na visita deste ano consegui comprar uma compilação bastante elucidativa deste transgénico musical, trata-se do primeiro volume de “Finnischer Tango / Tule Tanssimaan” (Trikont; 1998) lançado por uma editora alemã bastante interessante e merecedora de mais investigações para quem tiver curiosidades noutros quadrantes geo-musicais. É um CD digipack acompanhado por um livrinho bilingue (em alemão e inglês) que explica este fenómeno bem como a razão da selecção das 24 faixas da rodela. Selecção essa que engloba um período enorme entre 1915 e 1998, ou seja, entre a primeira gravação de tango finlandês e o ano de lançamento da antologia. Assim temos uma visão abrangente deste estilo musical que engloba o galã da cena que caiu em desgraça (ou o Frank Sinatra da Finlândia ou o Elvis do Tango finlandês… ou se gostarem também desta: a Amália do Tango finlandês) Olavi Virta (1915-1972), o enfant terrible que tantos escândalos artísticos produziu nos anos 60 M.A. Numminen que aqui canta um Tango em alemão (WAS!?) satirizando o parlamento e os jovens estudantes de 68 que para se mostrarem prás garinas fingiam saber ler Karl Marx na língua original (oh-oh-oh), ou ainda Brita Koivunen que misturava Tango com Pop (Twist/Yé-yé) em 1966, num período de decadência do género. Foi aliás, esta mistura de Pop/Rock (música urbana e sofisticada do sul da Finlândia - a capital, Helsínquia fica no sul...) com o Tango (música rural e tradicional, popular sobretudo no Norte) que revivesceu o Tango finlandês até chegar aos dias de hoje como a coisa mais natural naquele país nórdico, ao lado da Sauna & do Ski. Há dezenas de figuras para comentar (poetas que morreram bêbados, artistas populares a mugirem o País das Fadas, bandas rock a amplificarem os instrumentos) mas creio que os três artistas atrás referidos já servem de referência para se perceber a riqueza desta música, e sobretudo para se perceber que este Tango nórdico não é apenas uma brincadeira ou mera bizarria musical sem consequência. [4,5; para ouvir nos dias quentes do Inverno e nos frios do Verão]
Avançando no tempo e na estética Pop temos “Softwood Music / Under slow pillars” (Poko; 1989) o último álbum dos Sielun Veljet que é uma freaknhice… foi pela capa do peruano Pablo Amaringo que peguei no CD e foi por ser em segunda mão e barato que o comprei - a mistura fatal de um coleccionador de música. Pelo que percebi das páginas que consultei – 99% delas nessa língua acessível a 5 milhões de pessoas no mundo - a banda existiu entre 1983 e 1992 e deveria soar aos Red Hot Chili Peppers mas mais xamãnicos (mas menos xamãnicos que o Amaringo de certeza!) como nos diz este link. Para mim isto soa antes aos Crash Test Dummies depois de terem tomado mucho ácido, man. Não querendo ser mauzinho porque o raio do disco não é mau também, é com agrado que vamos encontrar violinos amargos, djambés de THC, guitarra acústica (claro) e também guitarra com um feedback bem esgalhado, letras relevantes do "misticismo de cevada" dos seus criadores cantadas em inglês - creio que terá sido o único álbum cantado em inglês por estes “Irmãos da Alma”. Por fim, diria que até soa aos Akron/Family e ao neo-folk psicadélico que tanto está na moda nos dias de hoje. [3,9; quem sabe um dia vá parar às Trocas de Discos]
E já que há Sinatras da Finlândia então a Bad Vugum (e a sua continuação BV2) é a Ipecac da Finlândia! Podem achar exagerada a comparação mas se considerarmos que este país tem metade da nossa população ou que a Ipecac age a nível global (até tem andado a namorar os nórdicos como o noruegês Kaada ou os islandeses Ghostigital) então é mesmo impressionante assistir ao facto que esta editora - a mais importante "indie" da Finlândia - lança a melhor música do seu país, capaz de competir com a melhor música do mundo por aí a fora. Dos divertidos Aavikko a Läjä Äijälä (o criador do Hardcore finlandês) até aos Rockers pós-modernos Cleaning Women, o único defeito a apontar à BV2 (e se insistir numa comparação directa à Ipecac) será do design, que apesar de não ser mau não é tão ambicioso como a música dos projectos editados. Das minhas recentes adquisições "bad-vugumescas" eis:
Chainsmoker tem "Stations" (2003) como o segundo álbum (desconheço o primeiro) e tocam uma electrónica orgánica com cheiros de Rock, Jazz, House, Funk, Dub a trilhar os caminhos já trilhados pelos Sofa Surfers ou os New Order - ou até dos Stone Roses na última música, Leave Tunis now - mas não chega a ser "um mero sucedâneo". [4; porreiro para passar num bar]
Kontackto (DJ de uns tais Kaucas) com "Kasperi Laine & Kummitusorkesteri" (2004) é a outra face da "electrónica orgánica" dos Chainsmoker, ou seja, carrega mais nas facetas Jazz e Dub e afasta o pézinho de dança para ambientes negros, quase psicadélicos e fantasmagóricos (kummitu significa fantasma), estando mais próximo de um TripHop-Glitch que liberta sons fragmentados ao longo das composições. Também lembra os sufocos dos Sofa Surfers sem envergonhar. [4; idem]
Os Phuzy estreiam-se com "Sightseeing" (2003), um mini-CD só de 17m e 5 músicas mas nervoso e energético. Desde do início os Soul Coughing serão a referência desta banda - pela voz e pelos ritmos quebrados - e essa marca ficará presa nos próximos temas mesmo quando eles exploram para outras coordenadas como Reggae e Ska, sempre fundidas com uma boa dose de "ruído branco". Também poderemos encontrar outras equivalências à banda como por exemplo, Urban Dance Squad, Primitive Reason ou Pitchshifter. Bom som! [4; para festinhas serve bem]
Os Ronskibiitti é a primeira aposta em HipHop pela BV2, o que nos deixa logo de "pé-atrás" - que monstro sairá daqui? Mas "Eipä Kestä" (2006) como bem indica é Hip Hop em finlandês, o que não seria um problema se o Rap não fosse em finlandês. Por isso não percebo nada do que dizem - a não ser que soa a italiano (!) e que poderá ser uma cena divertida. Que rimem com as longas palavras finlandesas como «Jossullonjotainsanottavaa» que para nós é nos igual. A produção (instrumental) não é má mas também não é muito original. Na realidade o que se percebe deste disco é que o HipHop/Rap é, actualmente, a grande arma da música moderna contra a Globalização porque, doa a quem doer, a língua materna é recuperada para o circo Pop. A França é prova viva disso há muitos anos. Portugal, Espanha, Cuba, Angola são mais exemplos e agora também podem por o Suomi na lista... [3,5?; Trocää dii Diisqui]
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
domingo, 10 de setembro de 2006
DEA report 5
Houve bastantes trocas entre o DJ e o público (e talvez entre o público também, não sei...) o que se pode concluir que a sessão correu bastante bem, com público novo a aderir e alguns convertidos à causa. Ainda, o CD ao vivo dos Die Haut voltou à "base" - foi trocado numa sessão de Fevereiro - e finalmente livrei-me dos Novalis (não queiram conhecer) e Carlos Santana (sem comentários!).
A Thisco trouxe a sua última edição, Future Comparative Ethnic Research presents Riyaz Master (Thisco + Fonoteca de Lisboa; 2006), projecto de Sigmoon (dos Von Magnet) com trabalhos de Servovalve, Black Sifichi, Mimetic & Data Senses, DEF, Negative Stencil, Emgine, Sylvatica, Safatly, Wild Shores, Dr Dilip & Ricco Bass, TNO entre outros a explorarem uma "drum machine" criada na Índia. O resultado parece mais "clean" do que é habitual numa edição da Thisco e pouco ousada a nível de resultado. Em relação à primeira "acusação" não é muito preocupante uma vez que esta editora já nos habituou a um ecletismo de propostas passando pela electrónica funcional, ambiental, experimental, Japanoise e música neo-clássica. A segunda parte da questão é que parece mais pertinente fazer porque quase não se ouve esse "novo e exótico" instrumento. Há passagens de música que se identifica como indiana (ou como a conhecemos) mas quase toda a composição é virada para o Ocidente sem nos deparamo-nos com nenhuma espécie de conflito estético entre mundos digno de referência. Algumas das faixas mais funcionais até resultam numa banalidade terrível como a de Supermatik, que soa a Electro-House mas estaria a ser injusto se não disser que este disco é mais do que isso. A provar os bons momentos desta colectânea, destaco a faixa fantasmagórica de C-drik. [3,7; guardarei até aparecer + resultados dessa máquina]
quinta-feira, 7 de setembro de 2006
Troca de Discos com unDJ GoldenShower || ESPAÇO
No Espaço, cada primeira Quinta-Feira do mês: Troca de Discos com unDJ GoldenShower. A partir das 22h. Entrada livre.
sexta-feira, 1 de setembro de 2006
flkgjoretrlkt'0lth-ghjhghjghjjhjhj
Caga-tacos, bicho-do-mato, xico-esperto, Maria-vai-com-elas, mete-nojo, copinho-de-leite, dito-cujo, arrota-postas-de-pescada, mangas-de-alpaca, bota-de-elástico, caixa-de-óculos, vira-casacas, troca-tintas, fura-vidas, gato-pingado, limpa-fundos, pé-descalço, cão-com-pulgas, cu-de-chumbo, cara-de-cu-à-paisana, picha-mole, barrote-queimado, cona-de-sabão, porco-sujo, ...
... seguido de uma lista de malta fixe: Activists, addicts, aliens, amoebas, amphibians, anarchists, androids, angels, animals, annelids, anthropoids, arachnids, assassins, athletes, b-girls, babies, barbarians, beachbums, beasts, beatniks, bigots, bigwigs, bikers, bimbos, birds, bitches, bodgies, bohemians, boozers, brutes, bugs, bullies, bunnies, capitalists, cannibals, casuals, celebs, centaurs, chicks, clones, clowns, clubbers, clubkids, cowboys, crazies, creatures, critters, crustaceans, crusties, cuckoos, cyberkids, cyberpunks, cyborgs, cyclops, darlings, deejays, degenerates, delinquents, demi-gods, demons, deviants, dinosaurs, divas, dolls, dragons, dwarves, echinoderms, elves, emcees, entities, extremists, fairies, fanatics, fashionistas, fiends, fishes, freaks, fugitives, funkateers, gangstas, gargoyles, gamblers, geeks, geishas, genies, geniuses, germs, ghouls, giants, glitterkids, gnomes, goblins, goddesses, goths, groupies, grungecats, guerillas, gypsies, heartbreakas, hippies, hitmans, hobnobbers, humanoids, hustlers, homies, hookers, hoodlums, hooligans, hos, housewives, idiots, idols, imps, insects, jocks, junkies, kooks, legends, lifemappers, losers, lunatics, magicians, maniacs, marsupials, martians, mammals, mavericks, mermaids, midgets, misfits, modsters, mollusks, monsters, mortals, munchkins, mutants, newagers, new romantics, nihilists, ninjas, nutcases, nymphs, oddballs, ogres, organisms, outcasts, parasites, pets, pimps, pioneers, pirates, pixies, planktons, plants, playas, playboys, preppies, primates, protozoans, punks, puppets, pushers, psychos, psychobillies, rapists, radicals, rascals, ravers, rastas, rebels, renegades, reptiles, robots, rockers, rodents, rogues, rookies, ruffians, sadists, scamps, schitzos, screwballs, sentients, serpents, shitkickas, showgirls, sidekicks, sinners, sirens, skateheads, skinheads, slackers, slobs, sluts, soldiers, sorcerers, soulboys, soulsistas, spacemen, spies, spirits, sportsmen, starlets, suedeheads, sugardaddies, surfies, superheroes, superstars, swines, tarts, technowhores, teddyboys, thugs, titans, tramps, teenyboppers, turntablists, urbanites, unicorns, wanderers, weasels, wireheads, witches, wizards, wrestlers, vampires, vandals, varmints, villains, viruses, visionaries, yuppies, zombies
sexta-feira, 25 de agosto de 2006
Betos freaks
É uma banda com um carisma muito especial, que em 15 anos de carreira editou pouco mais que um EP e quatro álbuns (este é o quarto) e foram parar ao Topo do Mundo. Começando pelas malhas do "alternativo", cedo deram as voltas suficientes para que os rótulos não fossem suficientes - como Prog Rock ou Math Metal. E realmente até a Lateralus (Volcano; 2001), os Tool souberam reinventarem-se e baralhar o sistema. Não creio que suceda o mesmo com este 10 000 days que não sai das balizas já criadas em Ænima (Volcano; 1996) e Lateralus. O facto de a embalagem trazer duas lentes estereoscópicas (e imagens para ver sob a ilusão das lentes) será uma alusão aos mais de 10 000 olhos que lhes devem devorar à espera de um novo álbum que demorou 5 anos a sair?
Talvez, a fama tem o seu preço mesmo quando os 4 tipos da banda possam ser íntegros e isso tudo, é natural que teria de aparecer um álbum menos inspirado. Quase tudo o que aqui ouvimos é previsível no universo Tool. Ainda assim, logo o primeiro tema, Vicarious - sobre o "gozo" de vermos violência nos media - é daquelas faixas imediatamente viciantes com uma letra forte. Em contra-partida temos Lipan conjunring (uma "faixa-intermezzo") irritante tal é a freakalhice de índio de reserva. Ao longo de longos 75 minutos de abuso formal sobre a capacidade de armazenamento de música num Disco Compacto, vai havendo altos e baixos no álbum, e sobretudo percebemos que aquilo que os Tool nos habituavam como "experimentais" foi completamente abandonado mesmo tendo o Lustmord (SPK e outros mil projectos) numa das faixas. Com tanto djambé e repetição de tiques Rock normalizados (na senda da chachada-lamechas que são os paralelos A Perfect Circle) deveria reduzir-se a importância da banda no panorama actual...
Qualidade numérica: 3,5/5 Objectivo pós-audição: guardar para curtir as lentes que oferecem na embalagem
domingo, 20 de agosto de 2006
DEA report ou "Fest No More (ou ainda A Noite dos Maricas)"
Ia fazer 33 anos e achei que devia ver os Cramps uma vez na vida - já que ainda por cima perdi-os 2 vezes, uma Lisboa e noutra em Berlim. A espectiva era enorme e apesar do concerto não ter sido o melhor do mundo, não fiquei completamente desiludido. Sem tocarem os «gravest hits» do passado ao menos ainda revelam força para "continuar" - ao contrário dos Bauhaus que revelam um cansaço de banda que não tem mais nada para oferecer, que insiste no comeback bacoco e com um Peter Murphy já careca no alto da cabeça. Também chocante foi o ar de bicha acabada do Lux Interior com um loiro oxigenado horroroso. O homem já não tem a voz libidinosa e animalesca da juventude nem podia partir o palco porque não eram a banda do final do festival. Ainda assim, o som estava límpido, o fuzz estava lá todo, os solos da Poison Ivy eram perfeitos. Devia ter assaltado uma velhinha para ter ido à 9 anos ao concerto em Lisboa... paciência, já posso dizer que os vi, iupi! E também já posso dizer que não me quero meter mais nestes festivais de verão. É caro, a comida é aquela merda, são imprevisíveis os atrofios com público e com o clima, é apanhar com muitas bandas-banhadas...
Este ano foi chuva torrencial e de bandas manhosas. Tirando os !!! e os Selfish Cunt (no palco after-hours) tudo foi aborrecido neste último dia do festival. Os primeiros foram um oásis depois de ter apanhado com uma banda-banhada sueca Popinha até ao tutano - nem vi os espanhóis que eram a primeira banda da tarde («de Espanha nem bom vento nem bom casamento» nem boas bandas) - e aquela merda portuguesa com o Zé Pedro dos Xutos a cantar (quem foi o imbecil que se lembrou disto?). Isto para dizer que só poderíamos querer algo mexido e dançável e foi o que aconteceu, os !!! provaram ser melhores em palco do que em disco, apesar de achar que os tipos são demasiado brancos para aguentar o P-funk que se propõem tocar - arranjem uns Blacks do Funk ou do Hip-hop e isso resolve-se.
Os Selfish Cunt é uma espécie de "Rollins Band meets Oscar Wilde", banda queercore potente, de composições fortes e um vocalista em cuequinha e lingerie de mulher com um sotaque cockney saído da sarjeta inglesa mais imunda. Desafiador, animal de palco Rock, não parou um segundo - com os tiques todos de maricas - e foi a melhor banda da noite. Depois disso, ou durante se preferirem, a chuvada conseguiu encharcar os presentes até ao tutano. Para isto não vale a pena ir aos festivais de verão... Mas, e se vierem os Butthole Surfers? Ou os Beastie Boys? Ou os Type O Negative? pufff...