Pelos vistos vou participar disto, ainda bem que recebo emails divulgativos da Zaratan...
quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
sexta-feira, 22 de novembro de 2024
As rosas cheiram bem?
As compilações Desert Roses (e outras que aparecem por aí a dizer "isto é música árabe") ora são o puro Orientalismo - segundo a Teoria de Edward Said da forma como o "Ocidente" vê os "orientais" - ou é mandar à favas a todos que esperam essa mesma pureza fantasiada. Esta colectânea é um misto das duas atitudes ao ponto de se encontrar aqui Reggaeton (Tres Mundos), um insuportável italiano fatelo (Piero Esteriore) a usar arabescos ("apropriação cultural" dirão os PCs da vida), metal de videojogo (Baghdad Heavy Metal) ou Reggae (Gnawa Diffusion) em alegre sintonia com a Aldeia Global - se calhar num volume anterior até lá 'tá o Candy Shop do 50 Cent! Este é o quinto volume editado pela CIA (Copeland International Arts) e é de 2007. A maioria das músicas são do Líbano mas há aqui também sons do Egipto e da Argélia, por exemplo, sem que essas fronteiras sonoras sejam identificadas algures no objecto editorial. Obviamente que é mais um disco de capitalização do exótico para se ouvir num bar giro - só não sei bem é aonde... O que vale é que os CDs estão baratos, no meio dos espinhos colhe-se umas rosas, nem que seja porque a "média" desta música do "Oriente" turístico sempre é melhor que a merda do Pop Ocidental...
quarta-feira, 13 de novembro de 2024
Michel Faber : Listen - on music, sound and us (Canongate; 2023)
Foi a Flur que recomendou este livro e ainda bem que caí na esparrela... Só que ainda estou a processar este generoso epitáfio sobre o ideal de consumo da música do século XX. Talvez venha a editar este "post" daqui uns dias...
Faber nem é académico da música (ainda bem) nem é um crítico especialista de música, é "apenas" um escritor que sabe do seu métier para condensar e redigir - mas sobretudo alertar - sobre a maneira como sentimos a música. Do colecionismo em negação - o capítulo em que tenta livrar-se do disco This Inheritance must be refused é hilariante! -, a falocracia em negação que absorvemos seja da Wikipedia seja da imprensa especializada (curiosamente estava a ler o livro quando os escândalos sexuais no Jazz português explodiram), o holiganismo em negação como nos deixamos influenciar pelos outros ou ainda os malefícios da Nostalgia... tema a tema, taco a taco, sem ficarmos a conhecer mais sobre esta ou aquela banda - nem sempre é verdade mas os exemplos são demasiado aleatórios quer para o mau quer para o bom, para que isso seja a essência do livro - ficamos a compreender melhor as nossas escolhas musicais.
Ou pelo menos as dos consumidores anglo-saxónicos. Há música a rodos neste mundo para descobrir sendo uma missão impossível poder ouvir toda a música que existe e que vai existir. Faber diz-nos que não temos de ficar pelos cânones de gajos brancos (e "gajos" significa literalmente mesmo humanos com pénis) e como tal podemo-nos libertar de qualquer pressão de grupo, basta ter curiosidade pelo "outro". Há uma ternura e um humor neste livro que o torna numa mensagem de amor e de esperança para todos os melómanos - e até para os não-melómanos!
PS - ele "trasha" um coche no Henry Rollins que se acha muito esperto. Boa Faber! Nunca curti esse caralho!
quinta-feira, 19 de setembro de 2024
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
Deste vez é mesmo aqui ao lado...
Acontece no dia 14 de Setembro, às 15h30, na Casa da Achada uma conversa com Marcos Farrajota (mais uma vez) sobre Carlos Botelho, no âmbito da exposição A vida sem palavras.
quinta-feira, 29 de agosto de 2024
Brix Smith Start : Rhe Rise, The Fall, and the Rise (Faber & Faber; 2016)
quinta-feira, 22 de agosto de 2024
100 Trabalho
Esqueci-me de anunciar esta exposição em que participei com uma velharia do Talento Local... Entretanto esta nova fica já aqui assente, o novo projecto do australiano Michael Fikaris Human Work. + info: aqui
segunda-feira, 22 de julho de 2024
Vaidade anarquista
sexta-feira, 12 de julho de 2024
'Tou na Merda
Finalmente a chavalada do fanzine Merda Frita Mensal passou ao titio Farrajota o número 2 em que participo com um texto sobre Japanoise. Num mundo divido em velhos que voltam a fazer zines sem interesse nenhum porque há realmente uma certa atitude para fazer este tipo de publicações e um mundo de miúdos empreendores higiénicos que se chateiam na 'net, esta Merda é antítese disto tudo: livre, provocador xixi-cócó, quesafoda-o-mundo... Um bocado solipsista natural da idade, é um fanzine porreiro mas que é merda.
Acho que se pode pedir práui: merdafrita89@gmail.com - 89?
quarta-feira, 26 de junho de 2024
alt-Nunsky
sexta-feira, 21 de junho de 2024
Ritalina
terça-feira, 11 de junho de 2024
Farra & Diana
16 anos depois de passar por Lisboa, eis Mike Diana pela Feira do Livro de Lisboa a passear um bébé espancado que adoptou na feira da ladra... E já agora, ele está a usar uma t-shirt serigrafada pelo Gonçalo Duarte, procurem se quiserem passar vergonhas públicas!
terça-feira, 4 de junho de 2024
José Moura : "Turning the crank : The NoHo Scene 1979-1982" (Holuzam; 2024)
sexta-feira, 17 de maio de 2024
European Arapaima
Manipular os media é sempre bom porque assim de passados 6 anos pode-se ouvir Breakcore na Rádio Nacional. O Domestic Arapaima foi aconselhado aqui pela casa...
quarta-feira, 8 de maio de 2024
Play a Phil Collins song at me while I'm grocery shopping? Pay me twenty dollars. Def Leppard? Make it a hundred. Miley Cyrus? They don't print money big enough.
Steve Albini RIP (Rapeman In Peace)
O meu verdadeiro ídolo e herói.
A partir de agora, só fica a merda..
PS - agora percebo porque há mesma hora que foi anunciado a sua morte estava a ler este artigo... A coincidência estava-me a parecer demasiado "creepy"...
domingo, 5 de maio de 2024
Paul Henley : "Leave the Capital" (Route; 2017)
quinta-feira, 18 de abril de 2024
João Lisboa : "Provas de Contacto" (Assírio & Alvim; 1998)
sábado, 13 de abril de 2024
Borboleta nos Nervos
HOJE às 16h, na Tinta nos Nervos irei entrevistar / conversar com a luso-descendente francesa Madeleine Pereira acerca do seu livro Borboleta, que versa sobre a emigração portuguesa dos anos 60/70.
Creio que será este o quarto livro de BD que tem esta temática ou pelo menos alguma componente sobre "as minhas origens portuguesas que desconheço" de uma segunda ou terceira geração de pessoas que nasceram em França de pais portugueses e que, depois de estabelecerem-se como classe média decidiram contar as suas raízes familiares (e pobres).
Não sei porque a Tinta me convidou, e apesar das minhas suspeitas que o livro não seria um livro que publicasse ou sequer que o apresentasse em público, e também, por ser um livro para "jovens adultos", apesar de tudo gostei da forma como a autora tratou o tema, através de uma sincera autobiografia e ligeira investigação, bem como um nítido esforço gráfico de apresentar da melhor forma as humilhações da emigração clandestina dos anos 60/70.
A bientôt!
quarta-feira, 3 de abril de 2024
Estamos todos a ficar velhos... (II)
segunda-feira, 11 de março de 2024
No comprendo
Biografia sem interesse de um novo rico sem interesse - as tentativas de mostrar que ele foi uma pessoa generosa, é de puxar os limites da bondade de um cinzento tecnocrata... Fuck!... Espera espera,... para quê ler esta merda? (porque me ofereceram...)
Espera espera,... para quê escrever esta resenha!!??? Oh fuck... sei lá...
Já é a segunda vez que leio Sober living for the Revolution : Hardcore Punk, Straight Edge and Radical Politics (PM Press; 2010) de Gabriel Kuhn (edição), passado 30 anos depois de ver os X-Acto na Jukebox e conhecer esta subcultura ainda não percebi um caralho o que é o Straight Edge... A entrevista de Ian MacKaye (Minor Threat, Pailhead, Fugazi) é reveladora. Começou pela sua comunidade que para se proteger de gangues de xungaria, criaram espaços seguros onde pudessem curtir sem a violência dos Punks bêbados e agarrados. Não acreditando no niilismo da primeira geração Punk, afunilaram-se dois factos numa ideia, uma consciência política e a sobriedade. Depois disso, criaram-se manifestos de maninhos sem cultura (América, o que esperar dela?) que invés de dar frutos políticos radicais imediatos, deu antes em fanáticos, alguns até próximos de religiões organizadas, e dentro de pensamentos absurdos como anti-aborto e homofóbicos. Felizmente houve quem pensasse mesmo, e tenha ido mais longe com associações acratas ou progressistas. À primeira vista, até parece que serei contra a sobriedade, longe disso, será assim que se poderá ter acções realmente revolucionárias - como os anarco-ilegalistas Bonnot - ou como forma de defesa contra o Imperialismo Capitalista - que o digam as comunidades ameríndias, dizimadas pelo álcool europeu, ou como os Zapatistas baniram o seu uso para se defenderem contra o Estado mexicano. De resto, ainda não percebo a razão de existir desta "coisa" depois de um primeiro momento, no Punk sempre houve liberdade de pensamento e ideais revolucionários, quem ouviu Dead Kennedys ou Crass, sabe disso. Talvez num mundo de deuses zombies (disseram que Deus 'tá morto mas olhando para quantidade de malucos que andam por aí, parece que a notícia foi exagerada), o "X" seja um ritual de passagem espiritual, tal como noutras subculturas há outros. Só assim se explica, talvez... Momentos altos no livro: entrevistas a Jonathan Pollack (recentemente entrevistado também n'A Batalha) e a Nick Riotfag.
domingo, 18 de fevereiro de 2024
O 42 é em 2024
Índios do mundo anotem lá na vossa rede social estas datas de lançamento do trabalho vencedor dos 5001000 paus de 2023!
18 de Fevereiro n'O Thigaz em Santo Tirso com conversa de VIPs (very important punks!) como Alexandra Saldanha (iá! a vocalista dos Unsafe Space Garden e que faz BD psicadélica), Marcos Farrajota (um velho, ainda lúcido, da cena) e Rudolfo (Rei da BD portuguesa e Conde do Chiptune)
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24 Fevereiro na Tinta Nos Nervos em Lisboa conversa com o autor e à noite há concerto de Triunfo dos Acéfalos no Damas.
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Isto para dizer que vai sair finalmente o
Partir a Loiça (toda)
de
O fanzine com os maiores custos de sempre!!!
Este Mesinha de Cabeceira tem um CD a acompanhar cheio de fofura sónica com as bandas Sindicato do Punk, Entre Outros e TINNITRUS, que saíram directamente da Banda Desenhada - uma tradição em Portugal que não é fácil de ignorar se pensarmos "nas" Garina Sem Vagina da chata série "Superfuzz" (2004) e os recentes Podre e Freiras Monomamárias do divertido fanzine Olho do Cu.
Impresso com papel amarelo, as 44 páginas em formato A5 fazem o regresso dos nossos conhecidos Danny e Arby e os seus amigos Cassie e Buddy a meterem-se num comboio e vão até à "Metrópole". Vão ao primeiro concerto do Sindicato do Punk, a banda de Bobi, um amigue do duo. A banda já ganhou alguma tracção com o seu EP de estreia por isso a sala está cheia de fãs ansiosos pela estreia ao vivo da nova sensação do punk nacional. O concerto é absolutamente caótico, envolvendo vibradores, confettis, finos entornados e muito, muito mosh. Mas a actuação do Sindicato do Punk é apenas o concerto de abertura para os TINNITRUS, uma banda local de noise extremo que destrói tímpanos e PAs por onde quer que passe.
Co-edição da Chili Com Carne e Culetivo Feira.
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Pode ser adquirido na shop da Chili e nas lojas Neat Records e Tinta nos Nervos.
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As fotos não enganam as bandas da BD existem!!!
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Ainda não saiu oficialmente e já o Pedro Moura, mais rápido que um Punk escreveu no Ler BD:
(...) este projecto era a “cara” do catálogo da Chili, ainda que compreenda a diversidade editorial ofertada por esta plataforma (...). Essa “cara” traduz-se aqui por uma atenção particular para com a realidade urbana portuguesa, real, ancorada, e jamais transfigurada em fantasias ou denominadores comuns que tentam domesticar a imagem da(s) cidade(s) e das gentes de uma forma fácil de consumir, vulgo “postal”. É algo que tem a imediaticidade da escrita diarística, apesar das suas roupagens representacionais, uma recordação de algo ainda quente na experiência, traduzido de forma simples, célere, e, pasme-se, divertida. Se não é um “espelho da sociedade contemporânea”, é um suficiente retrovisor e, como tal, talvez sirva para não sermos ultrapassados.